domingo, 30 de março de 2014

Escola de Cidadania agoniza nas mãos do vereador Wilson Cabelo


A Escola de Cidadania, instalada na Câmara de Vereadores de São José dos Pinhais, Paraná, foi idealizada pelos vereadores(as) da época, para preencher uma lacuna no sistema da educação. A justificativa que deram, foi que os cursos do ensino fundamental, médio e superior, não tinham uma disciplina específica que preparasse o cidadão para  exercer a sua  cidadania, conforme dispõe o artigo 205 da Constituição.
 Segundo o manual explicativo, a escola faria o preenchimento desta lacuna,  qualificando cada cidadão  para o exercício  da cidadania, fazendo  a inclusão social e política dos jovens com até 15 anos de idade e oferecendo   a toda a comunidade um espaço para pesquisas, equipado com biblioteca,  computadores,  acesso à Internet, fornecimento  de materiais e ajuda de funcionários.
Para materializar este projeto faraônico, os vereadores(as) criaram três programas: Vereador Mirim, para divulgar o papel, os projetos, as leis, as  atividades gerais da Câmara e o trabalho dos vereadores; Fala Cidadão, para expor sugestões, críticas e denúncias e Visitas Orientadas, para fazer explanações sobre as funções, a composição e as atividades do Legislativo, com a exibição de vídeos.
O projeto, que seria revolucionário, até hoje não funcionou. Pode ser  que não foi avaliada a dificuldade para acomodar e transportar mais de  20 mil  alunos  para assistirem aulas   na Câmara, como também foi equivocado o parecer que considerou  as escolas regulares sem estrutura  para desenvolver um trabalho consistente de educação para a cidadania. Se elas não tem, que dirá a Câmara.
Reforçando o que se constatou , a escola nunca contou com materiais sobre o trabalho dos vereadores(as), tais como leis, requerimentos e indicações para os alunos conhecerem as suas propostas em prol da comunidade e estimulá-los a refletirem sobre os problemas que  afetam a população, dois dos objetivos específicos do Programa Vereador Mirim. Um exemplo são as respostas das indicações.
No ano passado foram encaminhadas ao prefeito 3322 indicações, solicitando serviços  de roçadas, de tapa buraco, de pavimentação de ruas, entre tantos outros pedidos.  As respostas, segundo a assessoria do prefeito, estão no Portal da Prefeitura, mas ninguém tem acesso, nem mesmo os vereadores e as vereadoras, que por sinal, nem sabiam  que o prefeito tinha respondido.   
O despertar dos nossos alunos para a reflexão, discussão e proposição de soluções para os problemas da população, que poderia ser estimulado com a análise das respostas das indicações, está descartado, até que elas sejam disponibilizadas na escola  ou na rede municipal da educação. A constatação que os serviços da Prefeitura não passam de um faz de conta, só para dizer que existem, também.
Por exemplo: existe serviço de roçada em São José dos Pinhais? Existe. Mas as ruas permanecem roçadas o ano todo? Não. Elas são roçadas três a cinco vezes por ano, no máximo. São os vereadores(as) que querem que seja assim para ganharem o voto das pessoas que  pedem  ajuda sobre este serviço? É o prefeito que deixa assim para agradar os vereadores(as) e ganhar seus votos na aprovação de projetos na Câmara? É a empresa que embolsa o dinheiro e não faz as roçadas? O  prefeito que não gosta de gastar com este tipo de serviço ou desperdiça o dinheiro público?
         Estas são algumas situações, entre centenas, que precisavam e continuam precisando ser colocadas aos nossos alunos, mas que nunca foram porque a escola, desde o início esteve  mais  para a política,  como geradora de cabide de emprego para dividir salário,  do que para a educação de cidadania. Todos os programas estão voltados para divulgação dos trabalhos da Câmara e promoção dos vereadores(as). Em vez de aulas de cidadania, os alunos assistem as sessões legislativas, o jeito errado de aprender política e,  ainda, são usados para levarem recadinhos para os pais sobre atividades que não dão resultado, como as indicações.
  Agora, com Cabelo   comandando a escola, através de pessoas indicadas por ele, estas evidências são explícitas. O espaço para a realização de pesquisas está bloqueado, as visitas orientadas não acontecem e as pesquisas desenvolvidas neste espaço estão sendo combatidas.  A escola que seria um ambicioso projeto de educação para a cidadania, transforma-se em mero instrumento de interesse  político.
    Com a Escola  fora de rota, questionamentos para saber quanto o município precisa gastar para ter uma saúde de qualidade, são algo ainda estranhos à  população, como também são estranhos questionamentos sobre quanto o município gasta por ano com telefone, por exemplo. Sobre estes mistérios que a Escola de Cidadania não prepara  a população para desvendá-los, recomendo a leitura dos trabalhos postados na sequência:    Histórico da Saúde de São José dos Pinhais,  Prestação de contas 2013, Perguntas para Dona Neide Setim, Prestação de contas 2013 (Saúde) e mensagem encaminhadas aos vereadores Abelino, Onildo, Carlos Machado e Wilson Cabelo.

Caso você entenda que  a população precisa saber como e onde o dinheiro  do município está sendo gasto, para lutar por serviços  públicos de qualidade, some-se a esta causa, nos apoiando na luta para obter estas informações.  

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