segunda-feira, 17 de março de 2014

Até quando Setim vai gastar seu tempo na armação de esquemas para se manter no poder?

No terceiro mandato de prefeito, intercalado por mais dois de deputado federal, Setim retornou à Prefeitura vergado pelo peso do tempo, por vários processos judiciais que semeou ao longo deste período, que podem lhe custar o mandato a qualquer momento, e por uma infinidade de acordos políticos para vencer a eleição, que não está conseguindo honrar boa parte deles, por falta de secretarias e de cargos, deixando uma legião de descontentes que estão virando oposição.

Governando em condições adversas, Setim luta para recuperar o poder de anos passados, gastando seu tempo na armação de esquema de político que não se preocupa com seu povo, para eleger e derrubar presidente da Câmara, para se defender de ingerências de promotor público na administração municipal e  de políticos que atropelou para se eleger ou que se cansaram dele e estão  vazando no rumo de um novo projeto político, espera-se que seja para o bem da população.

          Esta luta de Setim começou ainda na campanha, destituindo Manoel Assis Pereira da presidência do PSDB e expulsando Giovani de Souza, para que ele não perdesse a eleição, caso Giovani e Assis conseguissem negociar  o partido com Ivan Rodrigues, que tentava a reeleição. Eleito, lutou até a posse para não perder o controle da Câmara. Conseguiu manter este controle, conquistando os vereadores (as), os quais não deram chance a Assis, se quer, de disputar a eleição para presidente da Casa.

         Depois da posse, a luta de Setim foi para que uma legião de aliados, que trabalharam e votaram nele, em troca de cargos na Prefeitura, não passassem para a oposição. A dificuldade para satisfazer a todos era que não tinha cargos suficientes e para complicar, ele havia negociado boa parte deles com vereadores (as) para não votarem em Assis Manoel Pereira na eleição de presidente da Câmara Municipal. Esta encrenca continua mal resolvida até hoje.

Mesmo tendo derrotado Assis e expulsado Giovani, transformando seus sonhos e projetos em pó, Setim não conseguiu se livrar destes traidores, segundo ele, tendo de iniciar nova luta para se defender de armações que eles passaram arquitetar na Câmara, para darem o troco, criando uma tremenda dor de cabeça a Setim que se prolongou ao longo de 2013 e ao final do qual, no limite da sua resistência e sem bala na agulha para o combate, tombou vencido em campo de batalha, felizmente, sem derramamento de sangue.

Giovani articulou-se com o vereador Abelino, ocupando o cargo mais baixo da sua flutuante carreira política, e Assis conseguiu se eleger presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante comissão da Câmara. Como assessor de Abelino, Giovani, usando o vereador, passou a bombardear Setim com uma chuva de requerimentos, extra pauta, cujo teor ninguém teve acesso, mesmo sendo Abelino o autor da Lei Municipal de Transparência e de outros babados sobre o tema. 

         Como presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a qual emite pareceres favoráveis ou contrários à aprovação de todos os projetos de leis que são votados pelos vereadores (as), Assis passou a se posicionar ora a favor ora contra, causando tremelique em Setim, com algumas derrotas importantes na Câmara. De fala mansa, palavras delicadas e didático, Assis tem grande poder de convencimento sobre os vereadores (as), capaz de mudar o curso das votações com muita facilidade.

         Somando-se à luta que ainda travava com Giovani e Assis, Setim passou a sofrer pressões de Divonzir Borges, promotor público (que já havia se declarado favorável à condenação de Setim na Ação Popular dos Livros Didáticos), pedindo a substituição do Dr. Brasílio, secretário da saúde, por Giovani de Souza, fato que o Prefeito nunca fez segredo a respeito. Também passou a se preocupar com pressões de Carlos Machado - de temperamento explosivo e imprevisível - para substituir os secretários.

         Setim não atendeu a nenhum dos dois, e para se defender de Divonzir, usou a Lei da Ficha Limpa, argumentando que não poderia aproveitar Giovani porque ele tinha sido condenado pelo Tribunal de Contas, mas teve de arranjar um serviço de consultoria para Giovani, que nunca se soube quanto custou e quem pagou. Mesmo assim não conseguiu se livrar da pressão e, passando por cima da Lei da Ficha Limpa, o nomeou diretor do Hospital, onde havia sido condenado.  (Ler matéria “Como fazer política para se dar bem”).  

     Com Carlos Machado, cogitou até tirá-lo da Câmara, dando-lhe o cargo de Secretário do Meio Ambiente. Em seu lugar viria Gastão Vosgerau, um moderado. Como isto não aconteceu, Setim destinou o cargo de secretário da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo para o PSDB, partido de Carlos. O escolhido seria um nome que conseguisse trazer para o lado dele, alem de Machado, Assis e Edson Celli. O cargo, de fato, ficou com o PSDB e o escolhido foi Gian Celli, irmão de Edison Celli. Se Gian conseguiu, só o tempo dirá.

     No meio deste bombardeio, cansado das interferências de Setim nos trabalhos da Câmara, Silvio deu um basta e desligou-se do partido dele, abrindo nova frente de luta, que deve se arrastar até o final do ano, com Setim guerreando para derrubá-lo da presidência, na eleição que ocorrerá para a escolha do novo presidente. A preocupação de Setim é que o vice-prefeito Toninho da Farmácia seja eleito deputado estadual e Silvio Monteiro vire o substituto imediato dele, que não pode nem ouvir falar.

         Além de ceder às pressões do promotor público Divonzir, Setim aproveitou também para tirar  Giovani da Câmara, acomodando-o num suposto serviço de consultoria, para que Giovani e Abelino parassem de armar contra ele, e agora o promoveu Diretor do Hospital e Maternidade São José, para Giovani, que tem muita influência sobre os vereadores (as), escancare as portas do Hospital para eles(as) e  convença a mudarem o voto na próxima eleição para presidente da Câmara. A mudança do voto de Abelino já é tida como certa.
        
         Até quando o Prefeito vai continuar armando e deixando a administração municipal a deriva como veremos na sequência, para controlar a Câmara Municipal e os vereadores (as), para conter a fúria de políticos “tratorados”,  para se defender  de demandas de promotor público e de esqueletos de campanha, tais como empregos que prometeu e não cumpriu. QUE ESPERANÇA A POPULAÇÃO PODE TER DE UM PREFEITO QUE SÓ SE PREOCUPA COM O PODER?
        
São José dos Pinhais/PR, março de 2014.


Antonio Pereira dos Santos

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