segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Eleições 2014 VII – 1º/2 não foi o fim do processo de escolha. A disputa continua acirrada até o último fio do poder


                O dia 1º/2 não foi o fim das votações, como se pensou. A disputa, por exemplo, pela presidência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, entre Gleisi Hoffmann (PT – PR) e Delcídio Amaral (PT – MS), ambos derrotados nas eleições dos seus estados, deve disputar a indicação no voto da bancada do PT. A disputa pela presidência das 11 comissões restantes do Senado, deve ser decidida também pelo voto dos 81 senadores, porque não há consenso sobre a distribuição de cargos. A disputa pela liderança da bancada federal do estado do Paraná (30 deputados e três senadores), entre Ricardo Barros (PP), candidato de Richa e João Arruda (PMDB), candidato de Requião, deve ocorrer nos próximos dias, com grande possibilidade de uma disputa eleitoral entre os dois. A eleição dos integrantes da Mesa Diretora do Senado foi parar no Tapetão. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado entrou com um mandato de segurança no Supremo pedindo a anulação da eleição, porque ela não respeitou o critério da proporcionalidade. Os cargos ficaram só com o PMDB. Na Assembleia Legislativa do Paraná, a disputa pela presidência das 24 comissões ainda não ocorreu, propositalmente, para que Beto Richa aprovasse seu segundo pacotaço, sem análise, sem debate e em questão de horas. Como a manobra não deu certo porque a população barrou, agora o presidente Traiano está pedindo rapidez na indicação dos deputados que farão parte das comissões, abrindo a temporada das disputas na Assembleia.
                Qual a razão de tanta disputa, aparentemente, por tão pouco poder? O Exemplo do vereador Assis Manoel Pereira, ex-presidente da Câmara Municipal, que foi derrubado da presidência pelo prefeito Setim, em 2013, elucida bem esta indagação. Sem a presidência, Assis se articulou e foi eleito presidente da Comissão de Constituição da Justiça e colocou Setim na roda. A partir de então os projetos do prefeito passaram a ser rejeitados pela referida comissão. Setim fez tudo para demovê-lo da vingança mas não conseguiu e se viu obrigado a apoiar e trabalhar para que ele retornasse à presidência da Casa, de onde havia derrubado. Novamente não conseguiu e Assis se elegeu de novo presidente da comissão. Agora Setim estuda fazer o mesmo que Beto Richa fez com Ratinho, removendo-o da Câmara para ser secretário Municipal do Meio Ambiente, segundo fontes do próprio prefeito. Como se vê, as comissões de poder aparente inexpressivo, podem ser uma arma poderosa tanto para o Executivo quanto para o Legislativo. Richa tentou aprovar o seu pacotaço com a ausência delas e Assis deu o troco em Setim fazendo parte de uma delas.
                Coisa de político: Ricardo Barros, esposo da vice-governadora, que disputa a liderança da bancada paranaense em Brasília, é o vice-líder de Dilma. Pode?    

 Antonio Pereira dos Santos 

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Impunidade I - Polícia federal arma esquema de segurança máxima para prender Nestor Bardaró, como tem feito com outros corruptos. Advogado que combate a revista Veja acha um exagero. Essa não teria sido a única forma de punir que a polícia encontrou?





                Estas imagens de Bardaró sendo conduzido por policiais armados até os dentes, revelam o único momento de um ladrão do colarinho branco que tem tratamento semelhante a de um criminoso comum. A partir daí, a maioria dos presos é ouvida e liberada (Bardaró e Duque na primeira prisão). Os que ficam presos, por cinco dias no máximo, são acomodados em selas especiais. Os que têm este prazo prorrogado, podem até consumir maconha (Alberto Youssef) e são soltos para responderem o processo em liberdade. De vez em quando alguns são presos novamente e liberados dias após (Bibinho, por exemplo). Os que são condenados, em sua maioria, os crimes já prescreveram (Jaime Lerner, em várias condenações) e os que não prescreveram são presos em regime semiaberto, em prisão domiciliar (Lalau, juiz que roubou R$ l70 milhões) ou com direito de trabalharem durante o dia (José Dirceu) e em pouco meses são soltos (quadrilha do Mensalão).
                Mesmo assim tem quem se comova por eles e condene a Polícia Federal por essas prisões. É o caso de um advogado de São José dos Pinhais que se doeu por José Genuíno e atacou a Polícia por ter feito essa “crueldade” com ele, um idoso que não oferece nenhum perigo. Protestou nas redes sociais e até no Supremo, sem levar em consideração que Genuíno roubou milhões de reais, usando como meio de transporte o irmão, preso em uma de suas viagens com milhares de reais escondidos na cueca. Felizmente o advogado não foi ouvido e a Polícia Federal continua aplicando a única pena que lhe permitida. Bardaró é um exemplo. Idoso como Genuíno, também não representa nem um perigo. Nomeado por Lula e mantido por Dilma no cargo de diretor internacional da Petrobrás, pela ninharia de R$ 100 mil reais por mês, pagos nós para roubar de nós, que só em propina embolsou R$ 30 milhões, segundo dados do Ministério Público. Será que o  advogado vai contestá-los?  Antonio Pereira dos Santos (15/2/2015)


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Eleições 2014 VI – Candidato de Richa é eleito presidente da Assembleia, o que não aconteceu com os candidatos de Dilma à presidência da Câmara Federal e de Setim à Câmara Municipal

No domingo passado, 1º/2, encerramento das votações da eleição de 2014, Ademar Traiano, candidato preferido de Richa, mesmo com as contas desaprovadas pelo TER (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) tomou posse como deputado estadual, e se isto não fosse pouco para quem está nesta situação, foi eleito presidente da Assembleia Legislativa com os votos de 51 dos 54 deputados estaduais. O mesmo não aconteceu com Arlindo Chinaglia,  apoiado por Dilma para comandar a Câmara Federal e com Assis Manoel Pereira, o escolhido de Setim para  presidir a Câmara Municipal.
                Candidato único, graças a interferência de Beto Richa, sua eleição foi apenas um ato de formalidade, porque o governador já havia encaminhado o processo para este resultado, convencendo Ratinho a desistir da sua  candidatura, para fazer parte, novamente, da sua equipe de governo, como secretário de Desenvolvimento Urbano. Candidato declarado a prefeito de Curitiba em 2016 e a governador em 2018, Ratinho deve ter sido convencido que, para este fim, o cargo de secretário é mais importante que o de deputado, especialmente, se for apoiado pelo governador.
                Caso Beto Richa tenha empenhado este apoio, Ratinho, o “menino prodígio” foi  levado na conversa mais uma vez, porque Richa não terá como apoiá-lo nem para prefeito, nem para governador. São candidatos a prefeito de Curitiba, Ducci (vice de Richa quando este foi prefeito) e o candidato de Ricardo Barros, esposo da vice-governadora. Para governador em 2018, são candidatos Rossoni, ex-presidente da Assembleia e Álvaro Dias, ambos do seu partido (PSDB) e aliados. Por último, Ratinho virou réu por falsidade ideológica, num processo movido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
                                                                                                              Antonio Pereira dos Santos – 8/2/15
Veja abaixo notas a respeito, publicadas nos jornais Correio Paranaense (CP) e Correio de Notícias (CN)