terça-feira, 2 de novembro de 2021

Logística de medicamentos da Secretaria Municipal de Saúde, de São José dos Pinhais põe em risco a saúde da população

            Internado há dias no Hospital e Maternidade São José, por complicações causadas pela Covid, um morador do Bairro da Costeira, um dia antes de dar alta, no começo de junho, apresentou sintomas de ter sofrido um AVC. Segundo o procedimento que é feito neste caso, o Médico prescreveu o medicamento Alteplase, um injetável que tem de ser aplicado nas primeiras horas após o acidente, para evitar a coagulação do sangue, que obstrui os vasos sanguíneos e impede a oxigenação do cérebro, provocando mais danos ao paciente ou levando à morte.

            O Médico foi informado pelo Hospital que o referido medicamento estava em falta. Então, decidiu encaminhá-lo para o Hospital das Clínicas, em Curitiba. O morador permaneceu internado por vários dias lá, e agora está em sua casa, em uma cama hospitalar. O que chamou atenção, neste caso, é que a Prefeita Nina e seu Vice Assis, haviam sido alertados em 12 de setembro de 2019, um ano e oito meses atrás, que este medicamento não estava sendo adquirido, segundo um Sistema de Controle que adoto desde 1997 e venho melhorando ao longo deste período.

            Em razão desse alerta, protocolei à Prefeita Nina, em 11 de junho, um pedido de informação, querendo saber, no prazo constitucional de 15 dias, se a partir de 12 de setembro de 2019 foi adquirido este medicamento, uma vez que a Estudante de Direito, que fazia este acompanhamento, foi exonerada pelo novo Presidente da Câmara, Abílio Alves. Solicitei então cópias de empenhos relativos ao Pregão Eletrônico nº 249/2018, aberto em 23 de outubro daquele ano para adquirir o referido medicamento, e indaguei se foi aberto novo procedimento licitatório.

            Depois de muita insistência, foi respondido em 19 de agosto, dois meses e sete dias após o prazo, informando que relativo ao Pregão Eletrônico 249/2018 não foi adquirida nenhuma unidade, porque tinha no estoque, mas que foi aberto o Pregão Eletrônico nº 269/2020, tendo sido vencedora a Empresa Prohosp Distribuidora de Medicamentos Ltda, da qual foram adquiridas 6 unidades, segundo Relatório de Histórico de Movimentação do produto (abaixo), elaborado por Bruna Leonel Giacomeli, do Departamento Administrativo, a pedido da Secretária de Saúde.

 


            Segundo este Relatório, a Secretaria adquiriu 3 unidades em 23/2/2021, as quais deram entrada no Almoxarifado da Prefeitura em 25/2/2021 e transferidas no mesmo dia para o Hospital; 2 em 25/5/2021, que deram entrada  em 26/5/2021 e foram transferidas para o Hospital em 31/5/2021 e 1 unidade, adquirida em 27/5/2021, que deu entrada em 1º/6/2021 e foi transferida para o Hospital em 7/6/2021. Entre 1º/6 e 7/6, o Hospital não tinha o medicamento, razão do paciente ter sido transferido para o Hospital das Clínicas, em Curitiba.

 

Esta resposta deveria ser encaminhada pela Prefeita Nina, mas foi  por Andrei Gondro, Chefe de Gabinete da Prefeita, cargo, que segundo denúncia feita por pessoa conhecedora das leis municipais,  foi extinto, tanto que, quando o ex-Prefeito Toninho assumiu, em 1º de janeiro de 2017, não foi nomeado Chefe de Gabinete do Prefeito. Mais um fato a ser explicado pela Prefeita Nina.    

 

            Conclusão nº 1 – Bruna Leonel Giacomeli equivocou-se ao afirmar que “... quanto à alegação de ter havido falta do medicamento à população, trata-se de informação improcedente...”, pois entre 1º de junho de 2021 e 7 de junho de 2021, quando o morador da Closteira sofreu o acidente, o Hospital não tinha o medicamento.

 

            Conclusão nº 2 – A Prefeita Nina e seu Vice Assis não deram à devida atenção que o alerta merecia. Se tivessem dado, já teriam estas informações e tomados providências.

Segundo o Relatório acima,  no período de 1º/1/2018 a 30/7/2021, foram adquiridas, apenas, 9 unidades do medicamento. 3 unidades foram adquiridas em 27/4/2018, as quais deram entrada no Almoxarifado da Prefeitura em 4/5/2018 e foram transferidas para o Hospital em 10/5/2018. As próximas 3 unidades só foram adquiridas em 23/2/2018, dois anos e nove meses, entre uma aquisição e outra. Nesses dois anos e nove meses, somente três pessoas tiveram AVC em São José dos Pinhais?

 

            Conclusão nº 3 – A Logística deste medicamento adotada pela Secretaria da Saúde, é no mínimo irresponsável. E como é a Logística adotada para os demais medicamentos, que a Secretaria é obrigada a  para a população?

            Para saber a Logística adotada pela Secretaria aos demais medicamentos, a Prefeita Nina precisa prestar as seguintes informações:

a)     Quais as doenças tratadas por esses medicamentos?

b)     Fornecer dados sobre o número de pessoas que contraem essas doenças por ano, inclusive o AVC em São José dos Pinhais, no Paraná e no Brasil? Informar a fonte;

c)     Fornecer o Relatório de Histórico de Movimentação de cada medicamento, no período de 1º/1/2017 a 31/8/2021.

Acompanhamento - Solicito à Comissão de Saúde e Assistência Social da Câmara, que tem como Presidente, o Vereador Sílvio Santo e  membros os Vereadores, Professor Wellington e Allax Siqueira, ambos, extremamente preocupados com a saúde da população, que acompanhe o andamento deste pedido de informação.

O mesmo pedido estendo à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que tem como presidente o Vereador Luiz Monteiro e membros, os Vereadores Delegado Michel e José Luis Possebon, ambos, também  extremamente, preocupados com o direito da população.

Nada mais para o momento, estabeleço como prazo para as indagações sobre a Logística de Medicamentos adota pela Secretaria da Saúde, de 30 dias e coloco-me à disposição para discutir este documento, depois de ouvir as Comissões de Saúde e Assistência Social e de Constituição e Justiça da Câmara. Atenciosamente,

 

À

Prefeita Nina Singer