terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Em busca de esperança

À
Promotora Pública
Dra. Silvia Galeski Campelo

                Quero cumprimentá-la e desejar que seu trabalho seja de grande valia para a população de São José dos Pinhais, a qual, há vinte anos vem sendo enganada e sacrificada pelo grupo político que ascendeu ao poder com a vida das montadoras, no final de 1996, quando, também, fui despertado para a questão ambiental, especialmente, a água, a maior riqueza do município, e, na sequência, para o uso do dinheiro público.
                Atualmente ela está sendo enganada que o município vive uma grave crise financeira provocada pela queda na arrecadação, a qual até a última prestação de contas, publicada em 28/9, não se verificou. Estava prevista uma arrecadação de R$ 630.431.212,00 e foram arrecadados R$ 650.715.018,13. Em nome dela tem sido feito cortes na área social, especialmente na Saúde, a mais impactada por esta crise, segundo o prefeito.
                Numa trama diabólica, ele iniciou sua gestão visitando as unidades de saúde, para saber dos funcionários e dos usuários o que precisava ser melhorado no atendimento e na estrutura das unidades, passando para algumas pessoas, que era um prefeito preocupado com a Saúde e com a população, como disse a usuária Rosiane Aparecida Rocha, cuja manifestação foi publicada nos jornais pagos pela Prefeitura, em 9/1.
                Dias depois era distribuído nas unidades visitas um informativo, Família Prefeitura, falando desta crise e dos ajustes que estava fazendo para manter o equilíbrio entre a receita e a despesa. O informativo mostrava que a arrecadação e o orçamento caiam e a população e o atendimento na Saúde aumentavam. Assim passava que estava preocupado com a população e desejava atendê-la em suas demandas, mas não tinha como.
                Era uma preparação para os cortes que iria fazer, entre eles, no fornecimento de remédios, dietas parenterais, exames, redução do porte do Hospital e Maternidade São José, do nível 3 para o nível 2, para reduzir gastos, fechamento de unidades de saúde, e para os aumentos de taxas e do IPTU, de modo que a população aceitasse como medias necessárias para equilibrar as contas do município e ainda tivesse compaixão dele.
                Para mostrar austeridade, em 30/1, determinou o congelamento dos gastos em 90%. Os secretários só podiam gastar 10% do orçamento, mas até a última prestação de contas, determinada pela Lei de Responsabilidade Fiscal, esta contenção não aconteceu. Estavam previstos gastos de R$ 640.790.404,00, mas como só podia ser gasto 10% deste valor, os gastos teriam de somar R$ 64.079.040,00 e ele gastou R$ 603.105.814,84.
                Em 6/2 começaram os cortes, iniciando com o fechamento da UPA Rui Barbosa, o primeiro grande corte que faria na Saúde. Justificou que estava reestruturando os gastos da Secretaria, que a Saúde era o setor que mais estava sentindo o impacto da crise, em razão da queda na arrecadação, mas que ela era prioridade da sua gestão e um desafio para manter serviços de qualidade.  Por isto, ela seria transformada numa UPA Infantil.

 Em 3/4 foi noticiou, em manchete de capa, dos jornais bancados pela Prefeitura, que São José estava ganhando nova unidade de pronto atendimento infantil. Para surpresa, não seria na UPA Rui Barbosa mas na UPA do Afonso Pena. Toninho havia mentido e Giovani também sobre a reforma, mas em 18/5, em nova manifestação, disse que a reforma da Upa estava bastante adiantada, mas  nunca foi concluída.
Entretanto, tratava-se de mais uma jogada para ganhar tempo, até que encontrasse uma saída para se livrar definitivamente da UPA. A saída encontrada foi anunciada pelo Secretário  meses depois. Segundo a nota, o Conselho Municipal de Saúde tinha aprovado a concessão de uso da UPA ao Consórcio Metropolitano de Saúde do Paraná.
Em seu lugar seria instalado o Centro de Especialidades do Paraná (CEP). Era o último capítulo de uma novela que começo em 6/2, com um final trágico. A UPA Rui Barbosa, que havia operado até milagres, conforme testemunho publicado no Informativo nº 41 da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do mês de outubro, estava morta, vítima de manipuladores inescrupulosos, que usam até o nome de Deus para enganar o povo.
Agora o que está sendo questionado é se a estrutura da UPA será suficiente para atender a população de São José e a população de mais 24 municípios.
Esta pequena explanação, trata-se de um pedido que me foi feito pelo Coordenador do Observatório Social, o Biberson, pelo qual tenho admiração e respeito pelo trabalho que tenta desenvolver, mas sem recursos e travado pelo presidente da Aciap, que abriga o Observatório, não consegue. O presidente, o qual tem um irmão acomodado num cargo comissionado  na Secretaria de Saúde, não quer que o Observatório funcione.
Aproveito esta oportunidade para encaminhar alguns requerimentos que até hoje não foram atendidos, uma ilegalidade muito usada para esconder informações, que faz parte desta política de enganar a população. Aproveito ainda para solicitar um parecer sobre cada um deles e o que o Ministério Público pode fazer para que este imenso trabalho voluntário não seja em vão, informando o nome do Dr. Rubens Sundin Pereira que fará o acompanhamento.
                Requerimento nº 1 – Em 16/1/2107 requeri da Coordenadora das Unidades de Saúde, Débora Cristina M. Ferreira Chemim (doc. 1), que fosse informado as necessidades físicas e de atendimento digno à população de cada unidade; quanto custariam; se existia verba no orçamento para estas melhorias; quais as melhorias que tinham sido feitas na sua gestão ; como resolver o gravíssimo problema das filas para marcar consultas; quantos médicos seriam necessários para acabar com as filas  e para encaminhar cópias do projeto de ampliação da unidade do Agaraú. Segundo a Chefe desta unidade, Débora tinha todas estas informações.
                Encaminhei cópias para o Secretário da Saúde, Giovani de Souza, solicitando o envio de um relatório  dos gastos desta visitas; para o Prefeito Toninho fazer uma profunda reflexão e para a Coordenadora do Controle Interno, Rosi Bassa, solicitando ajuda. Giovani não enviou o relatório e engavetou o requerimento da Débora. Nem o prefeito e nem a Coordenadora Rosi se manifestaram. E assim, as visitas continuaram,  desperdiçando muito dinheiro.
                Com exceção da Débora, entendo que os demais devem ser responsabilizados nas formas da lei, especialmente o Secretário Giovani, que além de não fornecer o relatório, ainda engavetou o requerimento.
               
Requerimento nº 2 – Em 1º/2/2107 requeri ao Prefeito (doc. 2) que fosse informado se a Prefeitura teria dinheiro para bancar a gastança que estava promovendo, sem ter de avançar no bolso da população, com aumento de taxas e de impostos. Até hoje não respondeu, porque não queria que a população ficasse sabendo desses aumentos, o primeiro em 3/4, que  aumentou ilegalmente a Taxa de Alvará, em até 1.250% e do IPTU, em 45,5% para imóveis edificados e 102,7% para áreas superiores a 1 hectare.
                Novamente encaminhei cópias para o Secretário Giovani, solicitando para se pronunciar no prazo de 15 dias e para a Ouvidoria da Secretaria da Saúde tomar as medidas prescritas na Lei 1.303. Giovani, de novo não respondeu e engaveto a cópia da Ouvidoria. Encaminhei também para a Coordenadora Rosi, que tem um dos maiores salários da Prefeitura e para o Biberson, Coordenador do Observatório. Entendo que Giovani  deve ser responsabilizado nas formas da lei.
Requerimento nº 3 – Em 17/3/2017 requeri ao Prefeito Toninho (doc. 3) que provasse se havia reduzido em 20% as nomeações de ocupantes de cargos comissionados, segundo havia dito em entrevista publicada em 10/2, em jornal bancado pela Prefeitura. Indaguei, novamente, se não teria de aumentar taxas, impostos e até criar novos. Para provar teria de informar o número de ocupantes de cargos comissionados e de funções gratificadas em dezembro de 2016 para comparar com 2017. Até hoje não respondeu. Aos demais, não tive dinheiro e tempo para fazer os encaminhamentos.  Toninho precisa ser acionado a dar essas informações.
Requerimento nº 4 – Em 27/3/2017 requeri ao Prefeito Toninho (doc. 4) que exonerasse a mãe e o irmão de Juliana Ramos Saraiva, chefe de gabinete do Presidente da Câmara, vereador Assis e o filho de Assis. A mãe que recebia uma gratificação no valor de R$ 966,48, como chefe de posto de saúde C,teve a designação revogada, pois era Auxiliar de Serviços Gerais, mas o filho foi promovido de Assessor de Projetos e Planejamento CC8, salário de R$ 2.557,33 para Coordenador de Centro de Promoção Humana CC5, salário de R$ 5.100,96. A mãe perdeu R$ 966,48 e filho aumentou seu salário em R$ 2.543,63. O filho de Assis continua no cargo de Assessor Especial A CC5, salário de R$ 5.100,96. Encaminhei cópias para Coordenadora Rosi Bassa e os vereadores     
Requerimento nº 5 – Em 3/4/2107 requeri ao Prefeito Toninho (doc. 5) que fossem exonerados 49 chefes de postos de saúde, sem postos para chefiarem, entre eles, o irmão do Presidente da Aciap, e diretores e chefes de divisão de regionais de saúde fechadas. O prefeito não respondeu, não fez as exonerações  e continuou nomeando e designando chefes de postos, até atingir 90 chefes para 24 postos.
Encaminhei cópias para o vereador Dangui, da base aliado do Prefeito, para o Biberson, para a Coordenadora Rosi e para o Presidente do Conselho Municipal de Saúde, tendo este aprovado uma moção de repúdio e encaminhado ao Ministério Público, mas continua, praticamente, tudo na mesma. Entendo que Giovani, o prefeito Toninho e a Coordenadora do Controle Interno, solidariamente, devolvam aos cofres públicos o que foi gastos com essas nomeações e designações fraudulentas.
Requerimento nº 6 – Em 10/5/2017 requeri ao Presidente da Câmara, Vereador Assis (doc. 6) que fosse devolvida para a Secretaria de Agricultura, a nora do ex-prefeito Setim, com base em um ofício do Ministério Público, recomendando que todos os servidores da Prefeitura cedidos à Câmara fossem devolvidos. Assis até hoje não se manifestou e a nora continua na Câmara, recebendo quase o triplo que recebia como servidora da Secretaria da Agricultura. Assis precisa se manifestar a respeito.     
              Requerimento nº 7 – Em 26/5/2017 requeri ao Secretário de Finanças, Miltom Talamini (doc. 7) que informasse se a meta dos 10% dos gastos tinha sido cumprida e voltei a pedir a relação dos cargos comissionados e os gastos com a Agência de Publicidade Trade. Requeri ainda que informasse como estava o limite de gastos com pessoal. Até hoje não tive resposta. O Secretário precisa prestar estas informações. 
                Requerimento nº 8 – Em 29/8/2017 requeri ao Secretário de Finanças, Milton Talamini (doc. 8), valor dos gastos com a Taxa de Alvará e de Saúde, entre outras informações a respeito, pois os valores cobrados só podem ser para cobrir os gastos com o serviço. Só respondeu que não podia fornecer a relação dos contribuintes. Ele precisa informar o valor dos gastos destas taxas, uma vez que a cobrança tem sido abusiva e o dinheiro desviado.
                Requerimento nº 9 – Em 28/9/2017 Requeri à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (doc. 9) a planilha de custo da Taxa de Alvará.  Foi respondido em 4/10 pelo Vereador Edson Dangui, dizendo que não é da competência da Comissão fornecê-la. Sem conhecer os custos do serviço não é possível afirmar se o aumento foi legal ou não. Entendo que Dangui não tem competência para presidir a  CCJ.
                Requerimento nº 10 – Em 25/10/2017 requeri ao Presidente da Câmara, Vereador Assis (doc, 10) uma relação dos contribuintes com o valor do IPTU de 2017 e 2018, para que os contribuintes fiquem sabendo de quanto será aumentado o valor do seu IPTU. Até hoje não encaminhou.
                Requerimento nº 11 – Em 31/10/2017 requeri ao Prefeito Toninho (doc. 11) o mesmo pedido feito ao Vereador Assis. Também não encaminhou.
                Requerimento nº 12 – Em 14/11/2017 requeri ao Presidente da Câmara, Vereador Assis que fornecesse o custo real da Câmara para 2018, com cópia para a Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, Nina Singer, recomendando que não colocasse em votação o Orçamento de 2018, sem esta informação
                Requerimento nº 13 – Lembrei a Vereadora Nina Singer deste pedido (doc. 13) e demais um feito ao Diretor de Orçamento da Prefeitura (doc. 14) e pedi o posicionamento da Comissão, mas o orçamento foi aprovado sem estas informações.
                Finalizo, consciente que tenho feito a minha parte, ao longo dos últimos 20 anos, mas não posso deixar de dizer que é desolador constatar que neste país nada se pode. Entretanto, não devemos perder a esperança, porque sem esperança não há sonhos e sem sonhos não há mudanças. Que este desabafo se converta nesta esperança.
                                                                                                              Atenciosamente

                                                               Antonio Pereira dos Santos
                                                  (antoniopereirajornalista.blogspot.com)
                                  São José dos Pinhais Paraná, 19 de dezembro de 2017
     

sábado, 2 de dezembro de 2017

Tratado sobre a legislação e a Justiça Eleitoral (Por que a eleição de Toninho e Thiago Buhrer tinha de ser anulada e não foi)




DOS FATOS



       Desde 2000, quando jornais pagos pela Prefeitura derrotaram e tiraram a vida do então candidato a prefeito, Habib Sarkis, de saudosa memória, combato esta prática, que só se perpetua porque é mantida pelos cofres públicos. Esta manifestação é mais um esforço para despertar a Justiça sobre este crime eleitoral, que vem se repetido, impunemente, há 20 anos, eleição após eleição. Foi um desses jornais, o jornal De fato, cujo dono trabalhava na Secretaria de Educação e prestava serviços à Prefeitura, que   deu a vitória a Toninho e Thiago Buhrer, 30 dias antes de iniciar a campanha.

O que choca é que a legislação eleitoral, pelo menos em São José dos Pinhais, dá ampla liberdade à prática deste crime, com intenso poder de influir sobre a vontade do eleitor e cerceia o direito dele, de ser informado sobre levantamentos de intenção de votos que não estejam registrados na Justiça Eleitoral, impedindo-o de ter acesso a outras referências para opinar e decidir o seu voto, no meu entendimento, um atentado às garantias ao exercício da liberdade de expressão e de imprensa, direito consagrado pela Constituição do Brasil e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A imprensa livre é um direito fundamental do cidadão, necessário para que eventuais tentativas de cerceamento das liberdades individuais não prosperem... Qualquer tentativa de restrição a esse direito fundamental é inconstitucional... Todo o cidadão tem o direito de ser amplamente informado para que possa refletir sobre os fatos e formar opinião. Ministra Carmem Lúcia, presidente do CNJ e do STJ (Jornal Gazeta do Povo, de 12/5/2017).
                Incompreensivelmente, a legislação eleitoral cerceia este direito, inclusive, com aplicação de multas milionárias, como aconteceu comigo por ter publicado, na reta final da campanha, uma pesquisa sobre o número de eleitores que ainda não tinham candidato, cujo resultado era o oposto da pesquisa que pontuava Toninho e Thiago na liderança. Nessa pesquisa, quem liderava eram os indecisos. Fui obrigado a retirar a pesquisa da minha página na Internet e acionado a pagar uma multa entre R$ 53.205,00 e R$ 106.410,00. É estarrecedor, pois quando o cidadão mais precisa ser informado é privado desse direito.
Este foi o motivo que me levou, a partir do momento que tive acesso ao resultado das urnas, às 11:00 horas do dia 3/10/2016, a iniciar um estudo investigativo, não para retalhar, como observou o Procurador Regional Eleitoral, em 10 de agosto de 2017, mas para me defender. Mesmo tendo colocado minha defesa nas mãos de Deus, o Maior dentre todos os advogados, precisava agir para receber a graça, como de fato recebi (doc. 1). Também queria  saber se a Justiça teve com as pesquisas registradas o rigor descrito na petição que requereu a  impugnação da pesquisa e a aplicação da multa:


Pela importância que possui e pela influência que pode exercer sobre a intenção do eleitor, a divulgação de pesquisa deve passar pelo crivo da Justiça Eleitoral através de procedimento de Registro, de forma que qualquer interessado possa conhecer em detalhes em que cenário o levantamento de opinião foi realizado e, se foram obedecidos os critérios mínimos que devem nortear a coleta de dados e a divulgação da opinião do eleitorado. Ressaltamos o fato de que a legislação eleitoral justamente regula com muita intensidade as pesquisas eleitorais por reconhecer, nesse tipo de levantamento científico, intenso poder de afetar o convencimento dos eleitores. Exige-se, assim, que a divulgação de pesquisa seja precedida de todos os cuidados de aferimento da veracidade científica dessa forma de levantamento de opinião pública. (doc. 2)
PRIMEIRA PESQUISA - Foi contratada pela CN10 Comunicação Ltda, pelo valor de R$ 7.000,00 e registrada em 23/7/2016 para ouvir 600 pessoas, entre os dias 24/7 e 27/7/2016, sendo 47% do sexo masculino e 53% do sexo feminino. 18% entre 16 e 24 anos, 23% entre 25 e 34 anos, 22% entre 35 e 44 anos 26% entre 45 e 59 anos e 11% com 60 anos ou mais. 37% até o Ensino Fundamental completo e incompleto, 45% com Ensino Médio completo e incompleto e 18% com Ensino Superior completo e incompleto. 71% Economicamente Ativo e 29% Não Economicamente Ativo. (doc. 3)
Chama a atenção nessa pesquisa e que merecia da Justiça  todos os cuidados e rigor de que trata a legislação, o pequeno número de entrevistados que facilitava a maquiagem dos dados, o baixo custo da pesquisa, o curto  tempo de duração, a complexidade e o grau de dificuldade do Plano Amostral. A Justiça deveria ter investigado se as entrevistas foram realizadas ou montadas; comparado o custo dessa pesquisa com o de outras e qual o interesse da empresa que contratou a pesquisa.
Se tivesse feito, teria constatado que o instituto que realizou a pesquisa fazia pesquisas para Prefeitura, por meio da Agência de Publicidade Trade, aparentemente, de baixa complexidade, mas a um custo mais que o dobro do valor da pesquisa eleitoral, se é que realizava. Constataria ainda que a empresa que contratou a pesquisa também prestava serviços para a Prefeitura, por meio da Agência de Publicidade, portanto a maior interessada que o grupo continuasse no poder e que foi usada para dar à pesquisa um caráter de isenção e credibilidade.
Com esta pesquisa teve início a participação na campanha dos jornais pagos pela Prefeitura. O primeiro deles foi o jornal De Fato, que nunca havia circulado na cidade,com 12 páginas, em papel branco, colorido e distribuído aos milhares nos setores censitários sorteados, onde as entrevistas seriam realizadas, estraçalhando o único adversário de Toninho e Thiago, promovendo o pânico entre seus aliados e instalando o caos. Foi neste cenário que se realizou a pesquisa. No dia 29/7/2016, entrava em cena o segundo jornal (Correio de Notícias), bancado pela Prefeitura. Na capa, a pesquisa pontuando Toninho e Thiago na liderança.  (doc. 4)
                A Justiça teria de ter verificado se o cenário descrito pelo Instituto para a realização da coleta de dados previa a distribuição de jornais atacando o principal adversário de Toninho e Thiago. Se previa, o cenário foi construído. Uma ilegalidade. Se não previa, também. Esta informação, mesmo tendo requerido à Juíza Eleitoral, não consegui. Da mesma forma, teria também de ter investigado o patrimônio e o que fazia o dono do jornal De Fato, já que era a primeira edição e de custo milionário.

Se tivesse tomadas essas providências, constataria que o referido jornal prestava serviço para a Prefeitura, que a partir de março/2016 foi nomeado num cargo comissionado na Secretaria Municipal de Educação e exonerado em 13/7/2016, quando o Jornal começou a ser distribuído. A exemplo do Instituto que realizou a pesquisa, da empresa que a contratou e do jornal que divulgou o dono do jornal De Fato que construiu o cenário, também prestava serviços à Prefeitura, o que é vedado pelo Art. 73, incisos I, II e III, da Lei Eleitoral 9.504, de 30/11/1997, por afetarem a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais. (Notas fiscais já encaminhadas a esta Procuradoria)
CONCLUSÃO Nº 1– A pesquisa foi realizada com bens, serviços, equipamentos, pagamento de salários e dinheiro da prefeitura, num esquema semelhante à Lava Jato, só que a empresa não foi a Petrobrás, mas a Agência de Publicidade Trade. Por meio desta Agência, o Instituto que realizou a pesquisa, a empresa que a contratou, o jornal que publicou e o dono do jornal que construiu o cenário, recebeu muito dinheiro por serviços, supostamente, superfaturados (caso das pesquisas realizadas para a Prefeitura) se é que foram realizados. Todos  foram pagos antes, pela Prefeitura, para realizarem as pesquisas.  
CONCLUSÃO Nº 2 – Pelas evidências, a pesquisa foi uma montagem para pontuar Toninho e Thiago Buhrer na liderança, uma tática para influenciar o eleitor a votar no candidato que lidera as pesquisas, quer para não perder o voto (mito) ou para acompanhar os membros do grupo (Efeito Manada) (doc. 5)
CONCLUSÃO Nº 3 - A pesquisa foi fraudulenta, portanto, a Justiça tinha de ter impugnado e a sua divulgação constituiu crime, punível com detenção de seis meses a um ano e multa no valor de cinquenta mil a cem mil UFIR, segundo o Art. 33, inciso VII, parágrafo 4º, da Lei Eleitoral 9.504, de 30 de setembro de 1997.
SEGUNDA PESQUISA – Foi contratada pela mesma empresa, pelo mesmo valor e registrada em 9/9/2016 para ouvir também 600 pessoas, nos dias 9/9 a 13/9/2016, agora sendo 46,6% do sexo masculino e 53,4% do sexo feminino. 17,8% entre 16 e 24 anos; 22,8% entre 25 e 34 anos; 22,2% entre 35 e 44 anos; 25,5% entre 45 e 59 anos 11,7% com 60 anos ou mais. 36,5% com Ensino fundamental completo ou incompleto; 45,1% com Ensino médio completo ou incompleto e 18,4$ com Ensino superior completo ou incompleto. 71% Economicamente Ativo e 29% Não Economicamente Ativo. (doc. 6)
O que chama atenção nesta pesquisa, novamente, é o Plano Amostral que, desta vez, foi projetado em números decimais. Na primeira pesquisa, dos 600 entrevistados 47% era do sexo masculino (282) e 53% do sexo feminino (318). Nesta, os entrevistados do sexo masculino diminuiu para 46,6% (279,6) e do feminino aumentou para 53,4% (320,4). Nessa pesquisa seriam entrevistadas partes de pessoas, 60% de uma pessoa do sexo masculino e 40% de uma pessoa do sexo feminino. Um absurdo.
A exemplo da primeira pesquisa, ela foi precedida, também, da distribuição de jornais bancados pela Prefeitura, para desconstruir a candidatura do adversário de Toninho e Thiago. No dia 24/8/2016, o jornal Correio de Notícias, aquele que divulgou a primeira pesquisa, noticiou, também, na capa: “candidato a prefeito pode ter a candidatura impugnada”, o mesmo candidato que foi estraçalhado pelo jornal De Fato. Segundo a notícia, o candidato tinha deixado o partido Solidariedade e se filiado no PTB, mas precisava de um prazo mínimo de seis meses para se candidatar a cargos eletivos.

Na sequência, entrou em cena o Jornal Tribuna Metropolitana, em sua edição quinzenal, primeira quinzena de setembro. Na capa a manchete: SYLVIO Monteiro e LUCIA Stocco são investigados pelo Ministério Público (doc. 7). Silvio teria se promovido na Campanha dos 200 mil votos e estava sendo investigado com o objetivo de apurar eventual prejuízo ao erário da Câmara, e para acabar de matar a candidatura do adversário, o jornal Cidade, também, em sua  edição quinzenal, denunciou Sylvio Monteiro de ser o maior milionário da eleição e Toninho o  pobre, citando como fonte o TER. (doc. 8)
Da mesma forma que o jornal De Fato escondeu, por exemplo, que o filho do ex-prefeito Setim, padrinho de Toninho, recebia um salário de 12 mil reais como assessor do deputado Nelson Justus, este acusado pelo jornal de ser o padrinho de Sylvio Monteiro e escondeu também que Sylvio apoiou Toninho e Setim em 2008 e 2012, os jornais Correio de Notícias, Tribuna Metropolitana e Cidade esconderam que Sylvio foi obrigado a se filiar no PTB, que Toninho e Setim se promoveram  com milhões da Prefeitura, ao longo do mandato e que Toninho não declarou à Justiça Eleitoral a rede de farmácias, por isto foi o candidato pobre.
Foi neste cenário, com o adversário de Toninho e Thiago, acusado de ter praticado crimes milionários e ter formado um vasto patrimônio, em conluio com o deputado Nelson Justus, (este denunciado pelo jornal de capitanear uma quadrilha que saqueou a Assembléia Legislativa em mais de 200 milhões de reais), de ter forjado sua candidatura dentro do partido, de ter se promovido com dinheiro da Câmara e de ser o candidato milionário, que se realizou a segunda pesquisa, a qual pontuou  Toninho e Thiago Buhrer na liderança com 56,08%, Sylvio Monteiro com25,38% e Mauro com 4,18%.
CONCLUSÃO Nº 4 – Como a primeira, a segunda pesquisa também usou equipamentos e dinheiro da prefeitura, recorreu à táticas ilegais para influenciar o eleitor a votar em Toninho e Thiago,  portanto, mais uma pesquisa fraudulenta, que a Justiça tinha de ter impugnado, a qual, em 16/8/2016, foi divulgada, em manchete de capado mesmo jornal que divulgou a primeira, punível em mais seis meses a um ano de reclusão e mais uma multa de 50 mil a 100 mil UFIR. Entretanto, quem foi processado fui eu, sob alegação de irregularidades cometidas nas pesquisas registradas.
COLETA DE DADOS – O entrevistador teria de cumprimentar o entrevistado (Bom dia/Boa tarde), dizer o nome, perguntar se votava em São José dos Pinhais e, se não votava, pedir desculpas e procurar outra pessoa.  Se votava, teria de perguntar à idade, a escolaridade, a ocupação principal, a renda da família, em qual candidato votaria se a eleição foi hoje e preencher uma fixa com o nome do entrevistado, telefone, rua, bairro,  o nome do entrevistador e conferir se tinha preenchido certo. (doc. 6)
CONCLUSÃO Nº 5 – Ambas as pesquisas eram impossíveis de serem realizadas em quatro dias, a um custo de R$ 7.000,00 cada. Portanto elas foram uma montagem para pontuarem Toninho e Thiago na liderança e influenciarem os eleitores que não gostam de perder o voto ou se comportam como uma manada, a votarem neles. O pequeno número de entrevistados (600), a coligação de quinze partidos, com milhares de filiados interessados em um cargo na Prefeitura ou na Câmara e de empresas de olho em contratos, facilitava enormemente esta montagem.


RESULTADO DAS URNAS - Apurado os votos ficou comprovado que a pesquisa só se confirmou para Sylvio Monteiro. Pela pesquisa, considerando que ela mede a intenção de voto do total de votantes, que somava 170.705 eleitores, Toninho tinha 95.731 votos (56,08%) e obteve nas urnas 61.484 votos (36,02%); Sylvio 43.325 votos (25,38%) e obteve 40.157 (23,52%); Mauro 7.136 votos (4,18%) e obteve 13.682 (8,02%); Nenhum 12.837 (7,52%) e Não sabia 11.676 (6,84%), 24.513 votos (14,36%) e nas urnas, somados com os votos desistentes, totalizaram 55.382 votos (32,44%). Tabela abaixo:
Candidatos
Última Pesquisa
Resultado das Urnas (Totais Votantes)
Resultado das Urnas (Votos Válidos)
TONINHO
56,08% (95.731 votos)
36,02% (61.484 votos)
53,31% (61.484 votos)
SILVIO
25,38% (43.325 votos)
23,52% (40.157 votos)
34,82% (40.157 votos)
MAURO
  4,18% (7.136 votos)
  8,02% (13.682 votos)
11,87% (13.682 votos)
NENHUM
  7,52% (12.837 votos)


NÃO SABE
  6, 84% (11.676 votos)


VOTOS BRANCOS, NULOS E DESISTENTE

32,44% (55.382 votos)

TOTAL
100% (170.705 votos)
100% (170.705 votos)
100% (115.323 votos)
Em relação ao total de votantes, Toninho obteve 34.247 votos a menos (20,06%; Sylvio 3.168 votos a menos (1,86%), portanto, dentro da margem de erro; Mauro 6.546 votos a mais (3,83%) e votos brancos, nulos e desistente 30.869 a menos (18,08%), 55.382 menos 24.513, soma de nenhum e não sabe. Toninho ficou abaixo da margem de erro de 4%, 16,06%; Sylvio 2,14% abaixo; Mauro 4,02% a cima e os votos brancos, nulos e desistentes 14,08% a menos.
CONCLUSÃO Nº 6 – Toninho só se elegeu porque a parcela dos votos válidos (115.323), que não gosta de perder o voto, votando em candidato que está perdendo nas pesquisas, votou nele e a outra parcela que se comporta como animais, seguindo cegamente o que está na frente do bando (Efeito Manada), também votou, ambas influenciadas pelas pesquisas.
CONCLUSÃO Nº 7 – Se não fosse essas pesquisas fraudulentas, o prefeito eleito teria sido Sylvio Monteiro, além de ter ficado dentro da margem de erro da pesquisa, do total de votantes.
CONCLUSÃO Nº 8 – a pesquisa impugnada que pontuou na liderança, com 57,79%, os eleitores que não tinham candidato a prefeito, também se confirmou, com uma margem de erro de 8,22%, (32,44%) de votos em branco, nulos e desistentes, mais 9,44% de Sylvio que subiu de 25,38% na última pesquisa para 34,82% nas urnas e mais 7,69% de Mauro que passou 4,18% para 11,87%.
CONCLUSÃO Nº 9 – A Justiça tinha que ter anulado a eleição, a batalha que travei logo que tive acesso ao resultado das urnas, mas ela se fechou. Uma indiferença que  choca.
PASSO A PASSO DESTA LUTA– Como observei no início, a partir do momento que tive acesso ao resultado das urnas, passei a analisar os números e tudo sobre a campanha. Faltando apenas duas horas para protocolar a minha defesa, pude somente observar que pela quantidade de votos nulos, em branco e desistente, a pesquisa que publiquei deveria estar certa e lamentar que a população continuasse desinformada, citando como exemplo o aumento do IPTU, da Taxa de Lixo e da passagem de ônibus, que a população só ficou sabendo quando recebeu os carnês e no pagamento da passagem, exatamente como está acontecendo. (doc. 9 e 10)
Protocolada a defesa, pude dedicar-me, em tempo integral e dedicação exclusiva à análise das pesquisas, da legislação,  da campanha e a reportar-me à Justiça Eleitoral, para  tirar dúvidas e denunciar práticas que me pareciam irregulares. O resultado tem sido desolador:
1 – Em 6/10/2016 protocolei a primeira manifestação para tirar algumas dúvidas e saber se a eleição de Toninho não tinha de ser anulada, considerando que são as pesquisas que dão a vitória ao candidato que pontua na liderança, e com fundamento na Lei de Acesso à Informação solicitei as seguintes para serem fornecidas no prazo de 48 horas:
a)       Como se calcula a margem de erro?
b)      Como se calcula o nível de confiança?
c)       Por que a votação de Toninho de 53,31% ficou dentro da margem de erro de 4%, só pelo total de votos válidos?
d)      Por que as pesquisas não detectaram o elevado número de votos em branco, nulos  e desistentes?
e)      Um instituto de pesquisa pode pertencer a alguém que apóia o candidato favorecido?
f)        A votação do Toninho é passível de anulação? Fraudou a pesquisa para se eleger?
OBSERVAÇÃO Nº 1 – Até hoje a Justiça não forneceu estas informações, como seria obrigada pela Lei de Acesso de informação.
2 – Em 8/10/2016 a Juíza Eleitoral condenou-me ao pagamento da multa, no valor de R$ 53.205,00, na forma do art. 17 da Resolução do TSE nº 23.453/2015 e fixou em R$ 3.500,00 os honorários advocatícios em favor do Dr. João Nelson Kinal, o advogado que ela constituiu para me defender. (Ver processo)
OBSERVAÇÃO Nº 2 – A Juíza não poderia ter me condenado ao pagamento de multa porque havia me concedido justiça gratuita. Ao fazer, fechou as portas para a investigação que estava iniciando, a fim de saber se tinha havido o mesmo rigor com as pesquisas registradas. Até hoje não fui informado.
3 – Em 11/10/2016, sem saber da condenação, denunciei que só fiquei sabendo da constituição do advogado quando fui protocolar a primeira manifestação e, novamente, com base na Lei de Aceso à Informação, requeri cópias da manifestação do Ministério Público, da defesa do advogado, prazo, no mínimo de dez dias e que fosse incluído o nome do meu cunhado para fazer a minha defesa.
Como não tinha sido procurado pelo advogado, ficando assim impedido de opinar, manifestei o desejo de saber se a Resolução do TER não contraria o art. 5º da Constituição, que trata da liberdade de consciência, da manifestação de pensamento e da expressão da atividade intelectual e requeri que fossem apuradas e fornecidas as seguintes informações:
a)      Valor de mercado dos bens declarados dos candidatos;
b)      Histórico do valor dos bens declarado na Prefeitura;
c)      Como os candidatos conseguiram adquirir os bens?
d)      Declarações do candidato Toninho de 1996, 2000 e 2004;
e)      Por que Toninho não declarou a rede de farmácias?
f)       Por que Toninho declarou empresa extinta em 2000?
g)      Por que Toninho declarou em 2012 que a área da chácara era de 6,795Ha (6Ha) e em 2016 de 6.7959Ha (6 mil Há). Qual a verdadeira área deste imóvel e o valor das propriedades? Dizem que a propriedade na qual o candidato reside, vale milhões.
h)      Por que só o candidato Toninho fez uma campanha milionária? De onde saiu tanto dinheiro?
i)        Nome dos veículos da mídia, quantos receberam e que serviços prestaram, considerando que a Prefeitura gasto, entre 2013 e 2016 15,1 milhões de reais (R$ 15.151.821,49) com a Agência de Publicidade;
j)        Como combater a mentira usada pelo grupo de Toninho para ganhar eleição? Citei como exemplo a mentira que pregaram contra Sylvio Monteiro, que na sua gestão como presidente, os gastos da Câmara passaram de 17 milhões de reais para 28 milhões, sem explicar que até ele assumir era 14 vereadores e quando assumiu passou para 21.
OBSERÇÃO Nº 3 – A exemplo da primeira manifestação, até hoje a Justiça não prestou estas informações, como estabelece a Lei de Aceso à Informações. Em 13/10/2016 a Juíza Eleitoral se manifestou dizendo que os pedidos peticionados em 6/10 e 11/10 não poderiam modificar a sentença da multa. Em 8/11/2016 Ivo Faccenda determinou o desentranhamento da demanda, sob alegação que não diziam respeito ao objeto. Em 28/9/2017 o Procurador Regional Eleitoral disse que não se trata de crime eleitoral, já que eventual FALSO, nessa, não ocorre para fins eleitorais, mas sim para elidir tributos. Equívoco: ao esconder bens e subvalorizar outros, Toninho foi apresentado ao eleitor como pobre e o adversário, o milionário, galgado este posto “por meios ilícitos”.
4 – Em 17/10/2016 decidi encaminhar à Justiça, com o intuito de auxiliá-la na resposta das informações solicitadas no item 3, os seguintes documentos:
a)      Declarações de bens dos candidatos Toninho, Sylvio e Mauro, solicitando novas declarações com o valor de mercado;
b)      Declarações do Toninho de 2004, 2008, 2012 e 2014;
c)      Certidão da Junta Comercial do Paraná, comprovando que a empresa  que Toninho vem declarando à Justiça foi extinta em 25/4/2000;
d)      Cópia do Site da Rede de Farmácias que Toninho não tem declarado à Justiça;
e)      Dados do Instituto que realizou as pesquisas;
f)       Nomeação e exoneração do dono do Instituo, como assessor de ex-vereador que apoiava Toninho.
OBSERVAÇÃO Nº 4 – Em que pese ter dito que era a grande oportunidade de provar o uso escancarado da Prefeitura na campanha, a Justiça ficou indiferente.


5 - Em 20/10/2016, fiz novo protocolo afirmando que já havia reunido elementos suficientes para provar que as duas pesquisas, embora registradas, tinham sido fraudulentas e solicitei, com fundamento na Lei de Acesso à Informação, a disponibilização de uma sala e de um técnico para analisá-las. A Juíza atendeu ao pedido, mas mediante exposição de motivos
6 - Em 4/11/2016 protocolei a exposição de motivos sobre os assuntos que gostaria  de saber:
a)       Os cenários em que foram realizadas as pesquisas, descrito pelo Instituo;
b)       Planilhas de custos de cada pesquisa;
c)      Demonstrativos do grau de confiança e margem de erro;
d)       Movimentação contábil encaminhada anualmente à Junta Comercial, dos anos de 2014 e 2015 do Instituto e da empresa que contratou a pesquisa, para saber se não prestavam serviços para a Prefeitura,
e)      Número mínimo de entrevistados fixado pala Justiça Eleitoral;
f)       Elaboração de uma Ata sobre o que seria tratado. Aí, a Juíza indeferiu o pedido, sob a alegação que estava registrada, embora tivesse informado que elas tinham sido registradas.        
OBSERVAÇÃO Nº 5 – Fiz este pedido para conhecer o cenário em que foram realizadas as pesquisas, entregue à Justiça, saber se a Justiça Eleitoral analisou em seus mínimos detalhes todas as etapas de cada pesquisa e se os proprietários dos jornais que construíram os cenários das pesquisas, do instituto que realizou as pesquisas, da empresa que as contratou e do jornal que as divulgou prestavam serviços à Prefeitura. No primeiro momento a Juíza Eleitoral acatou o pedido, mas ao ser informado do conteúdo do pedido, negou, deixando o ônus das investigações para mim, que não recebo pelo que faço.
7 – Em 29/11/2016, com fundamento no art. 5º da Constituição, no Código de Ética do Servidor Público e na Lei de Acesso à Informação, requeri à Secretaria Municipal de Finanças cópias das notas fiscais pagas à Agência de Publicidade Trade, no período de 2013 a 2016, para saber se o instituto que realizou as pesquisas, a empresa que as contratou e os jornais que participaram da campanha prestaram serviços à Prefeitura, nesse período. (Ver processo)
Em 14/12/2016 a nobre contadora da Prefeitura, Flávia Lima Germano solicitou mais prazo e só em 19/1/2017 informou que as cópias das notas fiscais estavam disponíveis, mas mediante o pagamento de R$ 0,122 por cópia. (doc. 11 e 12)
8 – Em 5/12/2016, também com fundamento nos mesmos fundamentes legais de transparência, requeri à Secretaria Municipal de Educação, a descrição dos programas coordenados por Antonio Bobrowec. Foi respondido em 12/12/2016 (doc. 13), mas a Secretária, na época, citando o art. 7º, inciso VI do Decreto nº 2604, de 1º de junho de 2009, onde encontraria os programas coordenados por Bobrowec, mas lá não encontrei o que ele fazia.
CONCLUSÃO Nº 10 – Antonio Bobrowec foi contratado, em cargo comissionado, pela referida Secretaria, para preparar o jornal De fato, utilizando equipamentos e salários da Educação.
9 – Em 8/12/2016 via Internet (doc. 14), solicitei ao Instituto que realizou as pesquisas, as informações que havia pedido à Justiça, na exposição de motivos, os comprovantes de caixa das entradas provenientes dos pagamentos feitos pela empresa que contratou as pesquisas, no valor de R$ 7.000,00 cada e a relação dos entrevistados, com endereço. Até hoje não respondeu. (Ver no processo)
CONCLUSÃO Nº 11 – O instituto não forneceu essas informações à Justiça e foi por esta razão que a Juíza Eleitoral pediu uma exposição de motivos e ao verificar que não existiam, negou o pedido, sob a alegação que as pesquisas estavam registradas, em que pese ter observado no pedido que “embora registradas, as pesquisas tinham sido fraudulentas”.
10 – Em 15/12/2016 requeri ao Toninho, via protocolo da Prefeitura (ver processo), pois ele era vice prefeito, observando que não imaginavam que ele fosse capaz de promover uma campanha, utilizando-se de meios que contrariam os princípios cristãos, as seguintes informações:
a)      Valor de mercado dos seus imóveis
b)      Desde quando tinha um depósito na Caderneta de poupança no valor de R$ 269.283,78? Solicitei para enviar os extratos bancários.
c)      Por que declarou à Justiça uma empresa extinta em 25/4/2000?
d)      Por que não declarou a Rede de Farmácias?
e)      Qual a justificativa para a doação que fez para sua campanha no valor de R$ 595.000,00, se seu patrimônio declarado à Justiça foi de R$ 714.767,56?
f)       Informar a evolução do seu patrimônio ano a ano;
g)      Qual a explicação para ter sido o único candidato que fez uma campanha milionária, se era o candidato mais pobre?
h)      Por que seus aliados viram bandidos e ladrões quando disputam o cargo de prefeito?
i)        No toma lá dá cá da política, que tipo de acerto foi feito com os candidatos que desistiram e com os dirigentes que decidiram apoiá-lo, deixando os candidatos de seus partidos na mão, como fizeram com Ronaldo Vaccari e Sylvio Monteiro? No caso de Rocha Loures, que venceria a eleição, desistiu porque a dívida milionária que devia  à Prefeitura e o Estado, foi perdoada? E com Francischini, que deixou Sylvio Monteiro a ver navios, obrigando-o a se filiar em outro partido e a enfrentar um pedido de cassação da sua candidatura?
j)        A pessoa que pediu a cassação da candidatura de Sylvio Monteiro, estava a serviço da sua campanha?
k)      A população de São José dos Pinhais terá chance, um dia, de ter um prefeito que não seja do seu grupo político?
OBSERVAÇÃO Nº 6 – Toninho até hoje não respondeu, porque cometeu crimes eleitorais graves, para os quais não tem resposta.
11 – Em 15/12/2016 encaminhei os quatro requerimentos à Juíza Eleitoral, recomendando que Toninho, seu vice e os vereadores eleitos pela coligação não fosse diplomados, sem a manifestação dos requeridos. No caso de não responderem, no prazo legal, que exigisse as respostas e em poder delas encaminhasse ao Ministério Público para fazer uma profunda investigação e comprovada as irregularidades, que a eleição de Toninho, seu vice e dos vereadores fosse anulada.
OBSERVAÇÃO Nº 7 – A Juíza Eleitoral ignorou o pedido e procedeu a diplomação. Para minha surpresa, em 10/8/2017, oito meses após, o Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Regional Eleitoral, comunicou-me que eu havia juntado documentos que poderiam, em tese, configurar ilícitos eleitorais, mas que se tratava de afirmações destituídas de qualquer elemento mínimo probatório. Na verdade, tratava-se de pedidos de informações que dependiam de resposta, umas que obtive somente em 2017 e outras que nunca me responderam, como por exemplo, as do Toninho e do Instituto.
CONCLUSÃO FINAL – Este estudo deixa absolutamente claro que o registro de pesquisas não impede a manipulação de dados para influenciar o voto do eleitor; que a Justiça Eleitoral não controla as pesquisa, que dirá, em seus mínimos detalhes; que a Resolução do TRE que impõem pesadas multa a quem publica pesquisas não registradas, é inconstitucional e um atentado à liberdade de imprensa, por isso deve ser revogada, pois a Justiça não investiga irregularidades, mesmo que insistentemente provocada.
RESUMINDO: As pesquisas precisam ser registradas somente para legalizar o crime. Estando registradas, podem tudo. Se não estiverem, todo o rigor do mundo.
                                               DOS PEDIDOS
1 – Que seja aberto inquérito para cassar Toninho e Thiago Buhrer, considerando que desde o primeiro dia após a eleição estou me reportando à Justiça, apontando irregularidades, que se fossem investigadas, eu não estaria finalizando este tratado, por que a eleição já teria sido anulada. E mais: só mergulhei nesta causa porque fui vítima de uma resolução inconstitucional que pune quem combate a manipulação dos eleitores e protege os manipuladores. Se não movi uma ação para cassá-los foi porque era um leigo no assunto, numa situação que apresenta sutilezas dificílimas de perceber, as quais só desvendei porque não aceitei que tivesse cometido uma irregularidade. Portanto, no meu caso, o argumento de prazo, não cabe.
2 – Que Toninho e o dono do Instituto que realizou as pesquisas, sejam obrigados a responder os pedidos de informação.
3 – Que seja investigado junto ao Governo do Estado se a dívida milionária de Rocha Loures foi liquidada e de que forma.
4 – Encaminhar cópias deste tratado à 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal e ao Segundo Grupo Criminal da Procuradoria de Justiça do Estado do Paraná.
5 – Por último, que eu seja indenizado pelos treze meses que estou mergulhado nesta causa, fazendo o que um promotor, muito bem pago, deveria fazer e não fez. Estou plenamente convencido que ele não desvendaria o que eu desvendei. Por isso mereço um salário maior que o dele.

Antonio Pereira dos Santos
São José dos Pinhais Paraná, 14 de novembro de 2017

 Ao Exmo. Dr.
Alessandro José Fernando de Oliveira
D. Procurador Regional Estadual
Ref.: Notícia de Fato nº 1.25.000.001442/2017-03, de 28 de setembro de 2017.