domingo, 30 de março de 2014

Escola de Cidadania agoniza nas mãos do vereador Wilson Cabelo


A Escola de Cidadania, instalada na Câmara de Vereadores de São José dos Pinhais, Paraná, foi idealizada pelos vereadores(as) da época, para preencher uma lacuna no sistema da educação. A justificativa que deram, foi que os cursos do ensino fundamental, médio e superior, não tinham uma disciplina específica que preparasse o cidadão para  exercer a sua  cidadania, conforme dispõe o artigo 205 da Constituição.
 Segundo o manual explicativo, a escola faria o preenchimento desta lacuna,  qualificando cada cidadão  para o exercício  da cidadania, fazendo  a inclusão social e política dos jovens com até 15 anos de idade e oferecendo   a toda a comunidade um espaço para pesquisas, equipado com biblioteca,  computadores,  acesso à Internet, fornecimento  de materiais e ajuda de funcionários.
Para materializar este projeto faraônico, os vereadores(as) criaram três programas: Vereador Mirim, para divulgar o papel, os projetos, as leis, as  atividades gerais da Câmara e o trabalho dos vereadores; Fala Cidadão, para expor sugestões, críticas e denúncias e Visitas Orientadas, para fazer explanações sobre as funções, a composição e as atividades do Legislativo, com a exibição de vídeos.
O projeto, que seria revolucionário, até hoje não funcionou. Pode ser  que não foi avaliada a dificuldade para acomodar e transportar mais de  20 mil  alunos  para assistirem aulas   na Câmara, como também foi equivocado o parecer que considerou  as escolas regulares sem estrutura  para desenvolver um trabalho consistente de educação para a cidadania. Se elas não tem, que dirá a Câmara.
Reforçando o que se constatou , a escola nunca contou com materiais sobre o trabalho dos vereadores(as), tais como leis, requerimentos e indicações para os alunos conhecerem as suas propostas em prol da comunidade e estimulá-los a refletirem sobre os problemas que  afetam a população, dois dos objetivos específicos do Programa Vereador Mirim. Um exemplo são as respostas das indicações.
No ano passado foram encaminhadas ao prefeito 3322 indicações, solicitando serviços  de roçadas, de tapa buraco, de pavimentação de ruas, entre tantos outros pedidos.  As respostas, segundo a assessoria do prefeito, estão no Portal da Prefeitura, mas ninguém tem acesso, nem mesmo os vereadores e as vereadoras, que por sinal, nem sabiam  que o prefeito tinha respondido.   
O despertar dos nossos alunos para a reflexão, discussão e proposição de soluções para os problemas da população, que poderia ser estimulado com a análise das respostas das indicações, está descartado, até que elas sejam disponibilizadas na escola  ou na rede municipal da educação. A constatação que os serviços da Prefeitura não passam de um faz de conta, só para dizer que existem, também.
Por exemplo: existe serviço de roçada em São José dos Pinhais? Existe. Mas as ruas permanecem roçadas o ano todo? Não. Elas são roçadas três a cinco vezes por ano, no máximo. São os vereadores(as) que querem que seja assim para ganharem o voto das pessoas que  pedem  ajuda sobre este serviço? É o prefeito que deixa assim para agradar os vereadores(as) e ganhar seus votos na aprovação de projetos na Câmara? É a empresa que embolsa o dinheiro e não faz as roçadas? O  prefeito que não gosta de gastar com este tipo de serviço ou desperdiça o dinheiro público?
         Estas são algumas situações, entre centenas, que precisavam e continuam precisando ser colocadas aos nossos alunos, mas que nunca foram porque a escola, desde o início esteve  mais  para a política,  como geradora de cabide de emprego para dividir salário,  do que para a educação de cidadania. Todos os programas estão voltados para divulgação dos trabalhos da Câmara e promoção dos vereadores(as). Em vez de aulas de cidadania, os alunos assistem as sessões legislativas, o jeito errado de aprender política e,  ainda, são usados para levarem recadinhos para os pais sobre atividades que não dão resultado, como as indicações.
  Agora, com Cabelo   comandando a escola, através de pessoas indicadas por ele, estas evidências são explícitas. O espaço para a realização de pesquisas está bloqueado, as visitas orientadas não acontecem e as pesquisas desenvolvidas neste espaço estão sendo combatidas.  A escola que seria um ambicioso projeto de educação para a cidadania, transforma-se em mero instrumento de interesse  político.
    Com a Escola  fora de rota, questionamentos para saber quanto o município precisa gastar para ter uma saúde de qualidade, são algo ainda estranhos à  população, como também são estranhos questionamentos sobre quanto o município gasta por ano com telefone, por exemplo. Sobre estes mistérios que a Escola de Cidadania não prepara  a população para desvendá-los, recomendo a leitura dos trabalhos postados na sequência:    Histórico da Saúde de São José dos Pinhais,  Prestação de contas 2013, Perguntas para Dona Neide Setim, Prestação de contas 2013 (Saúde) e mensagem encaminhadas aos vereadores Abelino, Onildo, Carlos Machado e Wilson Cabelo.

Caso você entenda que  a população precisa saber como e onde o dinheiro  do município está sendo gasto, para lutar por serviços  públicos de qualidade, some-se a esta causa, nos apoiando na luta para obter estas informações.  

Histórico da Saúde de São José dos Pinhais - 17 anos de enganação e caos


A Saúde Pública do município de São José dos Pinhais, Paraná, nos últimos 17 anos, tem sido um caos. Denúncias sobre falta de médicos, de remédios, de exames,  material médico hospitalar e até de papel higiênico, foram a tônica do período. A explicação foi a de sempre: a “Saúde Pública no Brasil é assim”. Nos últimos dias de mandato, o ex-vereador Walder Mulback defendeu o então prefeito Ivan Rodrigues com este chavão.
As causas deste caos sem fim, nenhum governo (da espera municipal, estadual e federal) revelou. Mas um levantamento que fiz  das licitações, dos contratos e aditivos sobre a Saúde Pública do município, no período de 1997 a 2013, a causa foram os prefeitos    que repassaram muito dinheiro  à Saúde, mas gastaram muito pouco,  com a aquisição de  remédios  e outros  procedimentos, uma “Caixa Preta” que precisa ser aberta.
Em 1997,  primeiro ano do primeiro mandato de Setim, foram repassados à Saúde R$ 9.503.700,12 , mas, apenas R$ 230.881,50 foram gastos com a aquisição de gênero alimentício, exames e medicamentos, únicos itens adquiridos naquele ano. De 1997 a 2004, Setim repassou à Saúde R$ 119.120.742,59, mas gastou apenas R$ 2.229.824,90, com gênero alimentício, exames, medicamentos, laudos médicos e material de limpeza.
De 2005 a 2008, Leopoldo Meyer repassou à Saúde R$ 157.265.912,28, mas gastou apenas 7.719.370,42 com gênero alimentício para o Hospital Municipal, exames, medicamentos, oxigênio medicinal, solução nutritiva, materiais odontológicos, médico hospitalar, de limpeza e de expediente, com móveis, manutenção e esterilização de equipamentos, testes bioquímicos, UTIs, leitos especiais, tecidos e seguro.
De 2009 a 2011, Ivan Rodrigues repassou à Saúde R$ 372.219.557,51, mas gastou apenas 6.496.625,87 com gênero alimentício para o Hospital Municipal e o Hospital e Maternidade São José , exames, medicamentos, oxigênio medicinal, solução nutritiva, materiais de consumo médico, móveis, manutenção e esterilização de equipamentos, testes bioquímicos, leitos especiais, tecidos, coleta de resíduos e dietas interais.  
De 1999 a 2004, primeiro e segundo mandatos de  Setim, não foram adquiridos medicamentos.  Eram abertos de três a quatro procedimentos licitatórios por ano, mas não tinham continuidade. Eles só voltaram a ser comprados em 2005, mesmo assim, em doses mínimas. A partir de 2009,  Ivan Rodrigues, realizou, em média, 13 pregões por ano, para adquirir medicamentos, mas o quanto foi gasto nunca foi publicado.
Agora com Setim de volta à Prefeitura, a ordem é reduzir os gastos com a Saúde. Em 5 de março do ano passado, foi publicada a nova Gestão da Saúde  e a meta principal   é a   redução de gastos. A Saúde que  vinha experimentando uma melhora, passou a conviver novamente com o caos. A maioria dos eleitores, desinformados, talvez, foram na onda do “tapinha nas costas”e reelegeram o algoz da Saúde.  
Será que os demais prefeitos, governadores e presidentes da república não fazem o mesmo? O povo brasileiro precisa começar a pensar nesta possibilidade com muito carinho.
                                                                                      Antonio Pereira dos Santos (Março/2014

Prestação de Contas de 2013


A – Quanto o município gastou em 2013
1)      Com luz
2)      Com água
3)      Com telefone
4)      Com combustíveis
5)      Com manutenção de veículos
6)      Com limpeza e asseio dos prédios públicos
7)      Com convênios
8)      Com alugueis
9)      Com coleta de lixo
10)  Com varrição de ruas
11)  Com transporte escolar
12)  Com passagens
13)  Com estadias
14)  Com publicidade, total e por veículos e em que tipo de publicação, observando o art. 37 da Constituição.
B – Quanto o município arrecadou em 2013
1)      Com IPTU
2)      Com ISS
3)      Com ITBI
4)      Com repasse do Governo Federal, total e por setor
5)      Com repasse do Governo Estadual, total e por setor
6)      Com repasse dos PACs, total e por setor
7)      Com coleta de lixo
C – Outros
1)      Como está o processo contra a Ecosystem?
2)      Quando foi constituído o Consórcio Urbano?
                        São José dos Pinhais Paraná, 25 de fevereiro de 2013

                                               Antonio Pereira dos Santos


Recebido (assinatura do prefeito ou do seu representante)

Perguntas para Dona Neide Setim (Informações anuais)

                             
·        Quantos alunos estão matriculados nas escolas municipais?
·        Quantos professores(as) e quantos pedagogos(as) tem a rede?
·        Quantos funcionários estão lotados na Secretaria e nas escolas (por função?
·        Quantos alunos estão matriculados nos Cmeis (meio e dois períodos?
·        Quantos funcionários estão lotados nos Cmeis?
·        Quanto se gasta com os funcionários dos Cmeis?
·        Quanto a Secretaria gasta com merenda para as escolas e Cmeis?
·        Quanto a Secretaria gasta com Luz e água?
·        Quanto a Secretaria gasta com telefone (a sede, por escolas e Cmeis)?
·        Quanto a Secretaria gasta com transporte escolar (por escola)?
·        Quantos veículos tem a Secretaria (próprios e terceirizados)?
·        Quanto a Secretaria gasta com combustíveis e manutenção?
·        Quanto a Secretaria gasta com motoristas e com veículos terceirizados?
·        Quanto a Secretaria gasta com taxi e mototaxi?
·        Quanto a Secretaria gasta com cursos)
·        Quanto a Secretaria gasta com viagens?
·        Quanto a Secretaria repassou em Convênios (por escolas, cmeis e outros)
·        Quanto os governos estadual e federal repassaram para Secretaria neste ano?
·        Quanto a Secretaria gasta com aluguéis?
São José dos Pinhais, 17 de dezembro de 2013.


Antonio Pereira dos Santos

Prestação de Contas de 2013 (Saúde)


A – Quanto a Secretaria gastou em 2013
1)      Com luz
2)      Com água
3)      Com telefone
4)      Com combustíveis
5)      Com manutenção de veículos
6)      Com limpeza e asseio das unidades de saúde, hospitais e o prédio da Secretaria
7)      Com convênios
8)        Com alugueis
9)      Com passagens
10)  Com estadias
11)  Com publicidade, total e por veículos e em que tipo de publicação, observando o art. 37 da Constituição.
12)  Com medicamentos, total, por medicamento e por enfermidade.
13)  Com exames, total e por tipo de exame.
14)  Com cirurgias, total e por enfermidade.
B – Quanto a Secretaria recebeu em 2011
1)      do Governo Federal, total e por setor
2)       do Governo Estadual, total e por setor
 C – Números da Secretaria em 2013
1)      Quantos funcionários trabalharam na Secretaria, total e por especialidade.
2)      Quantos usuários foram atendidos, total e por enfermidade.
3)      Quantos usuários procuraram as unidades de atendimento.
4)      Quantos internamentos nos hospitais Municipal e São José.
5)      Quantos postos de saúde funcionaram.
6)      Quantos veículos foram utilizados
D) Outras informações
1) 0 que é de responsabilidade do município, do Estado e do Governo federal?
2) Quantos funcionários, por especialidade, deve ter um posto de saúde?
                        São José dos Pinhais Paraná, 28 de fevereiro de 2013

                                               Antonio Pereira dos Santos


Recebido (assinatura do representante)

sexta-feira, 21 de março de 2014

De São José dos Pinhais para o mundo (Ao povo são-joseense)

Restritos aos ambientes da Câmara de Vereadores e da Prefeitura de São José dos Pinhais, meus escritos estão ganhando  asas, podendo  chegar a qualquer habitante do planeta, gratuitamente, pelas facilidades do facebook, onde posso ser encontrado através do link facebook.com/antoniopereiradossantos48 e do blog cujo link está no facebook.
 Esquemas, jogadas, mentiras e enganações, a partir de agora vou poder informar a população, como por exemplo leis que são aprovadas e nunca  postas em prática, caso da Lei Municipal da Transparência e outros babados a respeito, de autoria do vereador Abelino, “o transparente”, que nem ele dá transparência dos seus atos como vereador.
Cito também requerimentos de vereador, cujas informações solicitadas, são facilmente obtidas, bastando que ele ou o chefe de seu gabinete vá ao órgão responsável, como o que pediu informações sobre a instalação de placas com nome de ruas, proposto por Wilson Cabelo, cujas informações estão disponíveis na Secretaria de Urbanismo, a qualquer cidadão.
  Cito ainda, prestações de contas como a do vereador Abelino, justificando-se que não fez isto por causa da chuva, que não fez aquilo por causa do verão, que as obras não acontecem, umas porque são de médio prazo e outras de longo prazo, que não se realizam da noite para o dia, e não informa a fortuna que ele custa por ano aos cofres do município, para não fazer nada.
            Finalizando, quero agradecer o Eduardo, gerente geral do Banco do Brasil, um executivo objetivo e de decisões rápidas, que encontrou dispositivos  legais para que eu pudesse abrir uma conta neste banco, em razão de não ter uma renda declarada e não ter uma aposentadoria, por desenvolver um trabalho voluntário, que não é remunerado e não tem vínculo empregatício.
Quero agradecer ainda todas as pessoas que me ajudaram a criar este veículo propagador de informações instantâneas, algumas delas tendo de dividir parte de seus vencimentos para poderem trabalhar e prestar este serviço de fundamental importância à população, a qual é enganada, manipulada e impedida de lutar pelos seus direitos de cidadania, por falta de conhecimento e de informação.
                                   São José dos Pinhais Paraná, Março de 2014
                                  
                                               Antonio Pereira dos Santos     

segunda-feira, 17 de março de 2014

Até quando Setim vai gastar seu tempo na armação de esquemas para se manter no poder?

No terceiro mandato de prefeito, intercalado por mais dois de deputado federal, Setim retornou à Prefeitura vergado pelo peso do tempo, por vários processos judiciais que semeou ao longo deste período, que podem lhe custar o mandato a qualquer momento, e por uma infinidade de acordos políticos para vencer a eleição, que não está conseguindo honrar boa parte deles, por falta de secretarias e de cargos, deixando uma legião de descontentes que estão virando oposição.

Governando em condições adversas, Setim luta para recuperar o poder de anos passados, gastando seu tempo na armação de esquema de político que não se preocupa com seu povo, para eleger e derrubar presidente da Câmara, para se defender de ingerências de promotor público na administração municipal e  de políticos que atropelou para se eleger ou que se cansaram dele e estão  vazando no rumo de um novo projeto político, espera-se que seja para o bem da população.

          Esta luta de Setim começou ainda na campanha, destituindo Manoel Assis Pereira da presidência do PSDB e expulsando Giovani de Souza, para que ele não perdesse a eleição, caso Giovani e Assis conseguissem negociar  o partido com Ivan Rodrigues, que tentava a reeleição. Eleito, lutou até a posse para não perder o controle da Câmara. Conseguiu manter este controle, conquistando os vereadores (as), os quais não deram chance a Assis, se quer, de disputar a eleição para presidente da Casa.

         Depois da posse, a luta de Setim foi para que uma legião de aliados, que trabalharam e votaram nele, em troca de cargos na Prefeitura, não passassem para a oposição. A dificuldade para satisfazer a todos era que não tinha cargos suficientes e para complicar, ele havia negociado boa parte deles com vereadores (as) para não votarem em Assis Manoel Pereira na eleição de presidente da Câmara Municipal. Esta encrenca continua mal resolvida até hoje.

Mesmo tendo derrotado Assis e expulsado Giovani, transformando seus sonhos e projetos em pó, Setim não conseguiu se livrar destes traidores, segundo ele, tendo de iniciar nova luta para se defender de armações que eles passaram arquitetar na Câmara, para darem o troco, criando uma tremenda dor de cabeça a Setim que se prolongou ao longo de 2013 e ao final do qual, no limite da sua resistência e sem bala na agulha para o combate, tombou vencido em campo de batalha, felizmente, sem derramamento de sangue.

Giovani articulou-se com o vereador Abelino, ocupando o cargo mais baixo da sua flutuante carreira política, e Assis conseguiu se eleger presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante comissão da Câmara. Como assessor de Abelino, Giovani, usando o vereador, passou a bombardear Setim com uma chuva de requerimentos, extra pauta, cujo teor ninguém teve acesso, mesmo sendo Abelino o autor da Lei Municipal de Transparência e de outros babados sobre o tema. 

         Como presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a qual emite pareceres favoráveis ou contrários à aprovação de todos os projetos de leis que são votados pelos vereadores (as), Assis passou a se posicionar ora a favor ora contra, causando tremelique em Setim, com algumas derrotas importantes na Câmara. De fala mansa, palavras delicadas e didático, Assis tem grande poder de convencimento sobre os vereadores (as), capaz de mudar o curso das votações com muita facilidade.

         Somando-se à luta que ainda travava com Giovani e Assis, Setim passou a sofrer pressões de Divonzir Borges, promotor público (que já havia se declarado favorável à condenação de Setim na Ação Popular dos Livros Didáticos), pedindo a substituição do Dr. Brasílio, secretário da saúde, por Giovani de Souza, fato que o Prefeito nunca fez segredo a respeito. Também passou a se preocupar com pressões de Carlos Machado - de temperamento explosivo e imprevisível - para substituir os secretários.

         Setim não atendeu a nenhum dos dois, e para se defender de Divonzir, usou a Lei da Ficha Limpa, argumentando que não poderia aproveitar Giovani porque ele tinha sido condenado pelo Tribunal de Contas, mas teve de arranjar um serviço de consultoria para Giovani, que nunca se soube quanto custou e quem pagou. Mesmo assim não conseguiu se livrar da pressão e, passando por cima da Lei da Ficha Limpa, o nomeou diretor do Hospital, onde havia sido condenado.  (Ler matéria “Como fazer política para se dar bem”).  

     Com Carlos Machado, cogitou até tirá-lo da Câmara, dando-lhe o cargo de Secretário do Meio Ambiente. Em seu lugar viria Gastão Vosgerau, um moderado. Como isto não aconteceu, Setim destinou o cargo de secretário da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo para o PSDB, partido de Carlos. O escolhido seria um nome que conseguisse trazer para o lado dele, alem de Machado, Assis e Edson Celli. O cargo, de fato, ficou com o PSDB e o escolhido foi Gian Celli, irmão de Edison Celli. Se Gian conseguiu, só o tempo dirá.

     No meio deste bombardeio, cansado das interferências de Setim nos trabalhos da Câmara, Silvio deu um basta e desligou-se do partido dele, abrindo nova frente de luta, que deve se arrastar até o final do ano, com Setim guerreando para derrubá-lo da presidência, na eleição que ocorrerá para a escolha do novo presidente. A preocupação de Setim é que o vice-prefeito Toninho da Farmácia seja eleito deputado estadual e Silvio Monteiro vire o substituto imediato dele, que não pode nem ouvir falar.

         Além de ceder às pressões do promotor público Divonzir, Setim aproveitou também para tirar  Giovani da Câmara, acomodando-o num suposto serviço de consultoria, para que Giovani e Abelino parassem de armar contra ele, e agora o promoveu Diretor do Hospital e Maternidade São José, para Giovani, que tem muita influência sobre os vereadores (as), escancare as portas do Hospital para eles(as) e  convença a mudarem o voto na próxima eleição para presidente da Câmara. A mudança do voto de Abelino já é tida como certa.
        
         Até quando o Prefeito vai continuar armando e deixando a administração municipal a deriva como veremos na sequência, para controlar a Câmara Municipal e os vereadores (as), para conter a fúria de políticos “tratorados”,  para se defender  de demandas de promotor público e de esqueletos de campanha, tais como empregos que prometeu e não cumpriu. QUE ESPERANÇA A POPULAÇÃO PODE TER DE UM PREFEITO QUE SÓ SE PREOCUPA COM O PODER?
        
São José dos Pinhais/PR, março de 2014.


Antonio Pereira dos Santos

COMO FAZER POLÍTICA PARA SE DAR BEM (Roteiro para o Portal da Transparência do vereador Abelino)

O pedido inesperado de exoneração de Giovani de Souza, “estrela-guia” do vereador Abelino, publicado no jornal oficial do município, de 14/11/2013, dia em que o prefeito Luiz Carlos Setim sancionou a Lei da Ficha Limpa, gerou especulações no meios políticos da cidade, querendo saber os motivos, em razão de comentários dando conta que o “guru” do Abelino maquinava derrubar Brazílio, secretário da Saúde, para ficar em seu lugar, justamente ele que foi expulso do grupo político de Setim.
            Para me informar melhor procurei o prefeito Setim, e apurei que Giovani não pode mais exercer cargo público no município porque estava sendo condenado pelo Tribunal de Contas, sendo a primeira vítima da citada Lei da Ficha Limpa.Daí fiz busca na Internet (WWW.TCE.PR.GOV.BR.) e encontrei o Acórdão 3764/13, de 18/9/2013, que trata da má gestão do termo de convênio 11/2007.
Segundo o relatório, as irregularidades foram: realização de despesas após o término do Convênio; ausência de comprovação da utilização ou recolhimento do saldo remanescente da transferência; existência de duas contas bancárias com o objetivo de operacionalizar os recursos, sendo que numa delas há um bloqueio judicial não esclarecido; divergência entre o saldo final da transferência informado na prestação de contas anterior em relação aos dados obtidos por meio da análise dos extratos bancários apresentados, e atraso de 273 dias na apresentação de contas.  
Por isso, foi determinado o recolhimento parcial dos recursos repassados no valor de R$ 24.792,60, corrigidos, solidariamente, pelo Hospital e Maternidade de São José e por Giovani, detentor do cargo de Diretor à época. Mais R$ 63.280,37, devida-mente corrigidos, pelo Hospital S. José e por Giovani. Multa pelo atraso na prestação de contas e inclusão do nome de Giovani de Souza no cadastro dos responsáveis com contas irregulares, para os fins do artigo 170, da Lei Complementar 113/2005.
QUEM É GIOVANI DE SOUZA – Segundo o jornal “Coração de Estudante”, de abril de 2012, Giovani é gaúcho, 48 anos, formado em “informação na educação” pela Universidade Dom Bosco, de Porto Alegre. Fez especialização em Planejamento Estratégico no Rio de Janeiro, em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas do Paraná, em Desenvolvimento Regional e Local pela UFPR, em Gestão de Cidades por Resultado, e é professor de Finanças Públicas de pós-graduação da OPET.
Apareceu em São José dos Pinhais  dando palestra “de como vencer na vida por si só”, e logo angariou a simpatia da primeira-dama, Neide Setim, que lhe abriu as portas da Prefeitura, acomodando-o inicialmente num cargo comissionado de Chefia de Divisão, na Secretaria de Educação, em 1998. Protegido de d. Neide, ele virou Diretor de Departamento da Secretaria de Promoção Social em18/1/2001 e chegou a Chefe de Gabinete do Prefeito em 9/11/2001, onde permaneceu até 4/1/2005, quando Setim passou o cargo a Leopoldo Meyer (que não teria sido eleito sem o apoio de Setim).
No governo de Leopoldo, sempre pelas mãos de Dona Neide, Giovani evoluiu, virando secretário do Planejamento, onde se manteve de 4/1/2005 a 13/12/2007. A partir de então, movido pelo senso de oportunidade, Giovani alcançou “maioridade política”.  Libertou-se de d. Neide, e, com asas, passou a empreender voos próprios, começando a revelar “seu jeito de fazer as coisas”, que se resumem numa regra de três básica: abandonar aqueles que, quando no poder, o apoiaram, derrubar companheiros para ocupar seus lugares, e se aliar, a qualquer preço, com quem chega ao poder.
Foi assim que se tornou secretário Saúde, derrubando a então secretária, dra. Maria Cristina Singer Walbach, e a seguir virou Diretor do Hospital e Maternidade S. José, derrubando o então interventor Ivan Rodrigues, hoje ex-prefeito da cidade.


Por sinal, o ruidoso tombo foi o estopim do racha entre Ivan, Leopoldo e Setim, que, divididos, e irados, disputaram a Prefeitura em 2008, saindo vitorioso o paulista Ivan. Foi o primeiro grande estrago que Giovani de Souza causou a seus aliados políticos. A partir dali, ele entrou numa espécie de “gangorra política”, ora por cima, ora por baixo, mas sempre tentando manter um pé no poder, preparando o bote para novos voos.
            Sem Setim, sem Leopoldo e com o desafeto (Ivan) na Prefeitura, Giovani viu-se pela primeira fora do poder, e enroscado na mencionada ação que semeou quando Diretor do Hospital São Jose, cuja condenação está “vivenciando” agora. Mas ardiloso, iniciou aproximação com Assis Manoel Pereira, então presidente da Câmara, que, após um ano de muita conversa jogada fora, Assis “mordeu a isca” da ambição de virar vice-prefeito, atracando-se com Ivan, então prefeito, que buscava sua reeleição.
 Com esta jogada, Giovani voltou ao poder como Diretor Geral da Câmara, em 2/3/2010, para variar derrubando o diretor da época. Empossado, demitiu funcionários com anos de casa (sem direito a nada, tanto que alguns até hoje passam dificuldades), para acomodar em seus lugares gente do PSDB, tudo para ajudar a eleger o vereador Assis à presidência do partido, para entregá-lo a Ivan, com a promessa deste de criar uma “secretaria especial” para ele, como de fato sucedeu, surgindo então a Secretaria dos Transportes, que, de tão inútil, está sem secretário desde que Setim assumiu.
E nesse rojão Giovani voltou ao poder, assumindo a Secretaria de Transportes em 18/4/2012, inacreditavelmente, pelas mãos de seu desafeto Ivan, que ele derrubara no passado. Como Ivan não vinha bem das pernas, o apoio do novo aliado foi a “pá de cal” no sonho da reeleição: Ivan desandou de vez e perdeu a disputa, ficando em terceiro lugar, acontecimento inédito na História Política do Município. Com Assis não foi diferente: perdeu a presidência do partido e da Câmara, sendo este o “segundo grande estrago” nos aliados de ocasião de Giovani de Souza.
            Sem Leopoldo, sem Setim, sem Ivan e sem Assis, Giovani se viu fora do poder pela segunda vez. Entretanto, nem chegou a esquentar a moleira, vindo a romper das sombras pelas mãos do bondadoso vereador Abelino, que o contratou sem que o pupilo tenha movido uma palha em favor de sua eleição, como o generoso edil observou. Contudo, mesmo operando no mais simples cargo (desde que iniciou sua flutuante carreira política aqui na cidade), Giovani ficou arquitetando nova jogada para voltar ao poder central desta vez como secretário da Saúde ou do Planejamento.
Na silenciosa e persistente cruzada para chegar à Secretaria da Saúde, Giovani tinha apoios de padrinhos influentes, até de “medalhões” que, inclusive, sem rodeios, sopravam o nome do “afilhado” ao prefeito, causando-lhe constrangimento, conforme desabafou aos mais próximos, sem pedir segredo da “pressão”. Como Setim não queria trocar o velho amigo e compadre, dr. Brasílio (fiel até embaixo d’água) por um jogador, valeu-se da Lei da Ficha Limpa, que sancionou, e, bem escorado, deu um ”piparote” no seu ex-protegido, ao argumento de que não poderia aproveitá-lo por causa da condenação.
Não obstante, “bagre ensaboado”, como se autodefine, Giovani guardava outra bala no bocó: um cargo na Secretaria de Planejamento, onde brilha Rafael Muhlmann (genro do deputado Leopoldo Meyer), que em 10/7/2010, por volta das 15:30 foi preso por policiais da Guarda Nacional, quando atravessava a Ponte da Amizade, na garupa de um mototaxi, transportando mais de 3000 mil comprimidos de uso proibido no Brasil, colados ao corpo, envoltos em plástico preto, sob as vestes e colados ao corpo com fitas adesiva.
Em 8.02.2013 foi sentenciado pela Justiça Federal de Foz do Iguaçu a pena de 1 ano, 11 meses e 10 dias de reclusão e 194 dias-multa de 1/10 (um décimo) do salário mínimo dia, por incursão no artigo 273 do Código Penal (Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais). Rafael apelou ao Tribunal de Justiça do Paraná. E ainda diz ter moral para criticar dr. Brasílio...


 Comentários na cidade dão conta de que Leopoldo Meyer cogita tirar o genro da cena local, acomodando-o no governo federal. Assim sucedendo, Rafael pode virar “bacalhau” nas costas da presidenta Dilma (como, aliás, aconteceu aqui com a verea-dora Mari Temperasso —quando ele se aboletou na chefia de seu Gabinete).
Amigo pessoal do também condenado Giovani (que saiu às pressas da Câmara), Rafael já lhe arrumou uma mesa no Planejamento para dali deixá-lo no seu lugar, caso venha a ter de vazar no  rumo a Brasília — a manobra só será possível até 31 de janeiro, pois em 1º./2/2014 vigora a Lei da Ficha Limpa, que impediria o amigão de substituí-lo.
Favas contadas – Como sucedeu com seus protetores de outrora (Ivan e Assis que o digam), Abelino também deve provar da maldição de Giovani, tendo de explicar na Comissão de Ética do PT a contratação desse “ficha suja estranho no ninho petista”, desprezando companheiros que foram decisivos na sua eleição, no voto de legenda. A propósito, Abelino, que se diz “o maior transparente”, não dá transparência dos seus atos na Câmara, e não admite ser questionado sobre suas funções de vereador.
Da mesma forma, Rafael, que mal inicia a aproximação com esse “ficha suja”, já começa a sentir os efeitos da praga, tendo a sua vida pregressa revelada no embalo das investigações em torno de Giovani, hoje seu novo “melhor amigo do peito”.
CONCLUSÃO – Giovani só se preocupa com seus interesses, e assim vem jogando, ora por cima ora por baixo, mas até agora mais ganhando do que perdendo.

Perde quem vai na conversa dele, que age como “beija-flor” esvoaçante, de um lado para outro, nada deixando por onde passa, apenas sugando o “néctar” do poder.