A Saúde
Pública do município de São José dos Pinhais, Paraná, nos últimos 17 anos, tem
sido um caos. Denúncias sobre falta de médicos, de remédios, de exames, material médico hospitalar e até de papel
higiênico, foram a tônica do período. A explicação foi a de sempre: a “Saúde
Pública no Brasil é assim”. Nos últimos dias de mandato, o ex-vereador Walder
Mulback defendeu o então prefeito Ivan Rodrigues com este chavão.
As causas
deste caos sem fim, nenhum governo (da espera municipal, estadual e federal)
revelou. Mas um levantamento que fiz das
licitações, dos contratos e aditivos sobre a Saúde Pública do município, no
período de 1997 a 2013, a causa foram os prefeitos que repassaram muito dinheiro à Saúde, mas gastaram muito pouco, com a aquisição de remédios
e outros procedimentos, uma “Caixa
Preta” que precisa ser aberta.
Em 1997, primeiro ano do primeiro mandato de Setim,
foram repassados à Saúde R$ 9.503.700,12 , mas, apenas R$ 230.881,50 foram
gastos com a aquisição de gênero alimentício, exames e medicamentos, únicos
itens adquiridos naquele ano. De 1997 a 2004, Setim repassou à Saúde R$
119.120.742,59, mas gastou apenas R$ 2.229.824,90, com gênero alimentício, exames,
medicamentos, laudos médicos e material de limpeza.
De 2005 a
2008, Leopoldo Meyer repassou à Saúde R$ 157.265.912,28, mas gastou apenas
7.719.370,42 com gênero alimentício para o Hospital Municipal, exames,
medicamentos, oxigênio medicinal, solução nutritiva, materiais odontológicos,
médico hospitalar, de limpeza e de expediente, com móveis, manutenção e
esterilização de equipamentos, testes bioquímicos, UTIs, leitos especiais,
tecidos e seguro.
De 2009 a
2011, Ivan Rodrigues repassou à Saúde R$ 372.219.557,51, mas gastou apenas
6.496.625,87 com gênero alimentício para o Hospital Municipal e o Hospital e
Maternidade São José , exames, medicamentos, oxigênio medicinal, solução
nutritiva, materiais de consumo médico, móveis, manutenção e esterilização de
equipamentos, testes bioquímicos, leitos especiais, tecidos, coleta de resíduos
e dietas interais.
De 1999 a
2004, primeiro e segundo mandatos de
Setim, não foram adquiridos medicamentos. Eram abertos de
três a quatro procedimentos licitatórios por ano, mas não tinham continuidade. Eles
só voltaram a ser comprados em 2005, mesmo assim, em doses mínimas. A partir de
2009, Ivan Rodrigues, realizou, em média,
13 pregões por ano, para adquirir medicamentos, mas o quanto foi gasto nunca
foi publicado.
Agora com
Setim de volta à Prefeitura, a ordem é reduzir os gastos com a Saúde. Em 5 de
março do ano passado, foi publicada a nova Gestão da Saúde e a meta principal é
a redução de gastos. A Saúde que vinha experimentando uma melhora, passou a
conviver novamente com o caos. A maioria dos eleitores, desinformados, talvez,
foram na onda do “tapinha nas costas”e reelegeram o algoz da Saúde.
Será que os demais prefeitos, governadores
e presidentes da república não fazem o mesmo? O povo brasileiro precisa começar
a pensar nesta possibilidade com muito carinho.
Antonio Pereira dos Santos (Março/2014
Em Borda do Campo, entre 2010 e 2012, a falta de remédios melhorou sensivelmente e boa parte do medicamento necessário chegava, embora às vezes com atraso mas, de 2013 para cá, cada vez chega menos e faz vários meses não chega aqui furosemida (necessário ao tratamento de cardíacos) e vários outros medicamentos demoram muito a chegar ou nem tem e, se chegam, é em quantidades insuficientes. Para piorar (e muito) Borda do Campo ficou sem médicos (faltam 2) desde 28 de fevereiro! Um prefeito que economiza pondo em risco de morte a vidas das pessoas deveria ser denunciado ao ministério público. Tirar remédios de velhinhos e de crianças deveria ser crime! Isto não é economia, é "negação de socorro"!
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