domingo, 14 de agosto de 2016

A História do Vinho, de Noé aos dias atuais, uma linda homenagem ao Dia dos Pais


                                               O Vinho do Dia dos Pais
                Falarmos sobre o vinho numa data tão especial como o Dia dos Pais é uma alegria e uma honra, quando se homenageia este que é o cerne de uma família e é rodeado por todos os familiares neste dia que lhe é dedicado (...). O vinho nasce da nobre aliança entre as mãos do homem e as forças da natureza: a terra, a planta, a rocha, o ar, os ventos, o sol, a água, o quente, o frio. A única verdade líquida e certa que conheço é o vinho. Criatura milenar, bíblica, que Jesus consagrou-a no dia que transformou a água em vinho, numa festa de pescadores. Desde de então, a poção que regava cardápios como simples bebida de ocasião, convertia-se em milagre de celebração. Não é à toa que lá está no Cântico dos Cânticos leva-me à adega.
E assim a humanidade desenvolveu-se em todos os ciclos e, quando se fala de história, quanto mais remoto o período, mais nebulosos se tornam os acontecimentos e acho que até nossos dias de grandes avanços tecnológicos, em que mais se aprimora sua qualidade, tornando-se  um  fenômeno mundial como a gastronomia, porque o vinho é um complemento, um parceiro, pode se dizer que a história do vinho se confunde com a do homem civilizado, e por exercer enorme fascínio sobre ele, o tem acompanhado em sua trajetória pelo mundo em seus momentos mais alegres das antigas civilizações e é para ser sorvido lentamente, enquanto os aromas de algumas questões nos levam a boas reflexões.
 PAIS - Grandes homens que deixaram sua marca na história da humanidade e do vinho foram pais, a começar por Noé. Segundo a tradição judaica transcrita no Pentateuco, a parreira teria sido a primeira planta cultivada por ele após o dilúvio e, em seguida, há descrição de como ele bebeu o vinho fermentado na jarra e ficou alegre, aparecendo nu em sua tenda, sendo coberto por seus filhos, numa alusão à bebedeira tomada por personagens  ilustres, bem descrita nos afrescos da Capela Sistina no Vaticano, pintada por Michelangelo (1568/1646), a pedido do Papa Júlio II. (...) Aliás, atribui-se a Noé o título de primeiro enólogo do mundo vínico, por mais que tenha sido um acidente químico, ficou a fama.
(...) O Império Romano teve um importante papel na difusão do vinho. Seus imperadores levaram a tríade alimentar aos povos conquistados que era o trigo para fazerem o pão, as azeitonas para cultivar as oliveiras e a parreira para plantarem e das uvas fazerem o vinho, daí surgindo os grandes produtores mundiais de hoje como a França, com a Bordigália de Júlio Cesar, Portugal, Espanha, Itália e Alemanha. Os espanhóis quando levaram as parreiras para o Novo Mundo, não imaginaram que destas sementes, alguns séculos mais tarde, tornar-se-iam frutos de alta qualidade, produzindo vinhos inigualáveis no Chile, na Argentina, no Uruguai e no Brasil, em São Paulo, cujas sementes foram trazidas pelos portugueses (...)
Robert Mondavi foi o homem que revolucionou o mundo vínico nos Estados Unidos, na Califórnia, com as vitis viníferas francesas, produzindo vinhos de alta qualidade com preços ao alcance de todos os cidadãos, forçando a França, produtora dos grandes e caros  vinhos, produzir também vinhos com custo benefício viáveis a produtores e consumidores, sendo considerado o Pai do Vinho nos Estados Unidos. Michel Aimé Pouget, francês considerado o Pai do Malbec nas américas e Simon Van Der Steel, Holandês, que em 1685 implantou um vinhedo num vale que deu o no de Constantina, em homenagem e prece a esposa que deixara na Holanda e que jamais reveria, é considerado o Pai dos Vinhos Sul Africanos (...).
IGREJA CATÓLICA – Ao contrário das religiões islâmicas e do hinduísmo, a cristã sempre esteve intimamente ligada ao vinho. O próprio Jesus se identificou com ele na Eucaristia, ao transubstanciar sua carne em pão e vinho. Assim, desde a última ceia essa bebida tornou-se essencial à execução dos rituais religiosos e foi sempre produzido nos mosteiros e conventos aonde tivesse uma igreja no mundo, sendo também a difusora dos vinhos. Cabe, pois, a nossa homenagem à Igreja Católica por esta difusão, como o Pai do Vinho no Mundo. Que padres e bispos divulguem e permitam que este texto seja distribuído aos fiéis de suas comunidades para o enriquecimento de sua cultura cristã e conheçam a história de tão nobre bebida. (Grifo nosso)
A todos os pais do mundo, em especial àqueles que repousam no outro oriente, nossa homenagem neste dia a eles dedicado, parafraseando o poeta que diz: “O homem só é eterno quando sua memória permanece”

Texto original de Osvaldo Nascimento Júnior, enófilo/Sommelier, palestrante e colunista de vinhos, publicado no jornal Diário Indústria&Comécio, de 10/8, e adaptado por Antonio Pereira dos Santos (antoniopereirajornalista.blogspot.com)       

Nenhum comentário:

Postar um comentário