O dia 1º/2 não foi o fim das
votações, como se pensou. A disputa, por exemplo, pela presidência da Comissão
de Assuntos Econômicos do Senado, entre Gleisi Hoffmann (PT – PR) e Delcídio
Amaral (PT – MS), ambos derrotados nas eleições dos seus estados, deve disputar
a indicação no voto da bancada do PT. A disputa pela presidência das 11
comissões restantes do Senado, deve ser decidida também pelo voto dos 81
senadores, porque não há consenso sobre a distribuição de cargos. A disputa
pela liderança da bancada federal do estado do Paraná (30 deputados e três
senadores), entre Ricardo Barros (PP), candidato de Richa e João Arruda (PMDB),
candidato de Requião, deve ocorrer nos próximos dias, com grande possibilidade
de uma disputa eleitoral entre os dois. A eleição dos integrantes da Mesa
Diretora do Senado foi parar no Tapetão. O líder do DEM no Senado, Ronaldo
Caiado entrou com um mandato de segurança no Supremo pedindo a anulação da
eleição, porque ela não respeitou o critério da proporcionalidade. Os cargos
ficaram só com o PMDB. Na Assembleia Legislativa do Paraná, a disputa pela
presidência das 24 comissões ainda não ocorreu, propositalmente, para que Beto
Richa aprovasse seu segundo pacotaço, sem análise, sem debate e em questão de
horas. Como a manobra não deu certo porque a população barrou, agora o
presidente Traiano está pedindo rapidez na indicação dos deputados que farão
parte das comissões, abrindo a temporada das disputas na Assembleia.
Qual a razão de tanta disputa, aparentemente, por tão pouco poder?
O Exemplo do vereador Assis Manoel Pereira, ex-presidente da Câmara Municipal,
que foi derrubado da presidência pelo prefeito Setim, em 2013, elucida bem esta
indagação. Sem a presidência, Assis se articulou e foi eleito presidente da
Comissão de Constituição da Justiça e colocou Setim na roda. A partir de então
os projetos do prefeito passaram a ser rejeitados pela referida comissão. Setim
fez tudo para demovê-lo da vingança mas não conseguiu e se viu obrigado a
apoiar e trabalhar para que ele retornasse à presidência da Casa, de onde havia
derrubado. Novamente não conseguiu e Assis se elegeu de novo presidente da
comissão. Agora Setim estuda fazer o mesmo que Beto Richa fez com Ratinho,
removendo-o da Câmara para ser secretário Municipal do Meio Ambiente, segundo
fontes do próprio prefeito. Como se vê, as comissões de poder aparente inexpressivo,
podem ser uma arma poderosa tanto para o Executivo quanto para o Legislativo.
Richa tentou aprovar o seu pacotaço com a ausência delas e Assis deu o troco em
Setim fazendo parte de uma delas.
Coisa de político: Ricardo Barros, esposo da vice-governadora, que
disputa a liderança da bancada paranaense em Brasília, é o vice-líder de Dilma.
Pode?
Antonio Pereira dos Santos
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