quinta-feira, 3 de maio de 2018

Vereador Abelino paga o mesmo preço que pagaram todos os vereadores que deixaram de apoiar o grupo político de Toninho e Thiago Buhrer.




O vereador, Professor Abelino, (foto), pleiteou um segundo mandato para desempenhar a sagrada função do vereador, de fiscalizar a Administração Municipal. Foi o vereador mais votado e estava cumprindo, brilhantemente, o que havia prometido. Mas a medida que foi aprofundando as investigações, passou a ser combatido, como sempre aconteceu, pela maioria dos vereadores, a chamada “Tropa de Choque do Prefeito”, num crescendo, a ponto de um deles, dar a entender que ele poderia matar um vereador, ao referir-se ao assassinato da Vereadora Marielle, do Rio de Janeiro.
                Como também sempre aconteceu, com os vereadores que deixaram a base aliada do grupo político de Toninho e Thiago Buhrer, para atuarem na oposição, que acabaram denunciados por algum órgão de controle  (CPI, Ministério Público e Tribunal Contas), o Professor Abelino foi denunciado ao Ministério Publico, de ter um escritório, no Bairro do Guatupê, para  realizar atividade, meramente,  assistencial, funcionando como uma agência de emprego, auxiliado por estagiários e assessores pagos pela Câmara, segundo o jornal Tribuna de São José, em sua última edição de 27/4.  
                Segundo a decisão judicial, o Professor fica proibido de realizar atividades assistenciais, de caridade ou de amor ao próximo, mesmo com recursos próprios. Além da suspensão imediata das atividades do escritório, sob pena de ter de pagar multa diária de 10 mil reais, até o montante de meio milhão de reais, ele e mais três assessores viraram réus e tiveram os bens bloqueados para restituir ao erário, por eventuais prejuízos, variando, de réu para réu, entre 249 mil reais a 992 mil. Como aconteceu com todos os vereadores, a bordoada que Abelino levou, é para sepultar qualquer aspiração política. Confira:


                Reeleito vereador mais uma vez e Presidente da Câmara pela 16ª vez, desde de 1997 pelas mãos do então Prefeito Luiz Carlos Setim, que tinha sido reeleito por mais quatro anos, não podendo se candidatar em 2004, Karam acreditou que tinha chegado sua vez, e lançou-se candidato a prefeito. Deixou o Democratas, partido de Setim e do então Governador Jaime Lerner e, argumentando, que o governo de Lerner tinha acabado, filiou-se no PMDB, de Roberto Requião, o favorito nas eleições para governador de 2002, como de fato foi confirmado pelas urnas.
                A primeira consequência para Karam foi a perda da Presidência da Câmara, em 2002, para o então vereador Cezar Franco, o candidato de Setim. O segundo golpe foi dado por uma denúncia ao Tribunal de Contas, de ter aumentado seu próprio salário. Foi condenado em 24 de junho de 2004, a devolver aos cofres do município R$ 436.154,67. O terceiro golpe, este mortal, foi dado por uma jornal pago pela Prefeitura, que apoiava as candidaturas de Leopoldo Meyer e Toninho da Farmácia, atual Prefeito. Dois dias antes da eleição, em edição extra, denunciou Karam de ter feito a festa com o dinheiro do povo.

                Karam acabou derrotado e começou a devolver aos cofres do município, mensalmente, o montante que foi determinado pelo Tribunal de Contas. Em 2008, conseguiu se reaproximar do grupo, lançando-se candidato a vice de Leopoldo, mas Setim queria que o candidato a prefeito fosse   seu filho Sandro  e Toninho vice. Rachado o grupo, quem venceu foi Ivan Rodrigues, o quarto golpe que Karam recebia. Como se isto não fosse pouco, em 2013, Setim sancionou a Lei da Ficha Limpa, tornando Karam inelegível por oito anos. Coube a  Ema Karam, sua esposa, atual Secretária da Educação, administrar o espólio político do marido.

                Tida como certa a vitória de Karam, em razão dos apoios do então Governador Requião e Ratinho, despertou Cezar Franco, então Presidente da Câmara, para a possibilidade de virar vice-prefeito. Deixou a base de apoio de Setim e lançou-se candidato a vice de Karam. Vereadores da base aliada de Setim, sentiram-se traídos e decidiram criar uma CPI para investigar a construção de uma churrasqueira e concluíram que ela foi superfaturada. O mesmo jornal que denunciou Karam, denunciou Cezar Franco. Era o fim da sua carreira política. Hoje Cezar mora em outro estado.


                Em 2011 outro presidente da Câmara, o atual Presidente, Manoel Assis Pereira, sonhou em ser vice-prefeito, também. Conseguiu se eleger Presidente do PSDB, partido aliado do grupo, para apoiar a reeleição de Ivan em troca do cargo de vice. Acabou destituído da presidência do partido e encontrou muita resistência para registrar sua candidatura a vereador. Foi eleito, mas não conseguiu se reeleger Presidente da Câmara. O candidato de Setim foi Sylvio Monteiro. Caso o partido tivesse ficado em suas mãos, Ivan teria sido reeleito e Assis o vice. Se isto tivesse acontecido, o prefeito não seria Toninho, mas Assis.


                Em 2013, foi a vez de Sylvio Monteiro, recém eleito Presidente da Câmara, pelas mãos de  Setim, sonhar em ser prefeito. Deixou o partido de Setim, filiou-se ao Solidariedade e lançou sua candidatura. Criou um fundo milionário, para construir um prédio de 21 andares para os vereador, conquistando o apoio da maioria deles. Setim vetou, mas os vereadores derrubaram o veto. Em 2014 candidatou-se à reeleição da presidência da Câmara. Para disputar com ele, Setim, acredite se puder, lançou Assis, atual Presidente, mas foi derrotado.
               
Como pagamento, Setim nomeou Assis Secretário do Meio Ambiente e começou se preparar para o acerto de contas em 2016. Por meio da Agência de Publicidade Trade, contratada da Prefeitura, contratou os serviços de um jornalista e historiador, para realizar pequenas tarefas, recebendo cifras milionárias. Em março de 2016, este jornalista foi nomeado em um cargo comissionado, na Secretaria Municipal de Educação. Três meses após foi exonerado para lançar um jornal acusando Sylvio Monteiro de ter cometido crimes milionários. Sylvio Monteiro era derrotado 30 dias antes do início da campanha.

                Lucia Stoco que desde o inicio fez parte da base de apoio do grupo, e deixou para ser vice de Sylvio, também foi acusada de ter se promovida com dinheiro público, na Campanha dos 200 mil votos. O vereador Fenemê que decidiu apoiar a candidatura de Sylvio, também foi acusado de bater na esposa. Só não perdeu a eleição porque tinha uma base eleitoral muito forte.


                Alex Purkote, da atual geração de vereadores, também, desafiou o grupo. Indignado com o fechamento da UPA Rui Barbosa, passou 2017 criticando a gestão de Toninho, inclusive com passeatas, mas entrou em 2018 agradecendo Toninho e Chico Buhrer,provavelmente prevendo o que poderia acontecer.



                Finalmente, o vereador Abelino. Confira o motivo e faça o seu julgamento.


                PACTO DE SANGUE – O vereador/a que decide fazer parte da base aliado do grupo, assina uma espécie de pacto de morte. Se deixar o grupo, para exercer a sagrada função de fiscalizar ou para tentar o cargo de vice- prefeito, de prefeito ou de deputado, terá seu nome elameado e a carreira destroçada. Enquanto for fiel ao grupo, nada que o desabone será levantado.
Karam, por exemplo, só depois de quatro anos foi acusado de ter aumentado o próprio salário, que na verdade não foi o dele, mas o do Presidente da Câmara, aprovado pelos vereadores e que vale até hoje. Sylvio apoiou o grupo desde 2008, especialmente Setim, mas  só em 2016 virou criminoso. Abelino tem o escritório há cinco anos, só agora está sendo acusado de ter assessores em desvio de função.
PARA SER REFLETIDO – Com exceção do Vereador, Professor Marcelo, a maioria dos assessores dos demais vereadores não são vistos na Câmara. Aonde estão? Pela lei do homem os assessores dos vereadores Abelino estão em desvio de função, mais pela lei divina estão fazendo um bem ao próximo. Com a palavra o Ministério Público.
   


ANTONIO PEREIRA – JORNALISTA.BLOG SPOT. COM

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