sábado, 4 de outubro de 2014

Eleições 2014 – Campanha mais cara da história, na reta final para deixar tudo como está


                Segundo um levantamento obtido no banco de dados do Tribunal  Superior Eleitoral (TSE),os candidatos e candidatas que disputam estas eleições, em todo o Brasil, vão gastar 71 bilhões de reais, a eleição mais cara da história (jornal Correio Paranaense, de 2/9, página 4). Com este valor seria possível bancar três Copas do Mundo, levando em consideração os valores divulgados pelo governo federal em maio, cobrir  as despesas com salários dos 594 deputados federais e 81 senadores por 70 anos e pagar durante 6 anos as 50 milhões de pessoas que recebem o Bolsa Família.
Este  valor, entretanto, é apenas uma parte do que  vão gastar, porque  o grosso dos  gastos serão bancados pelos cofres públicos, que  não são  declarados.  Gastos dos candidatos da máquina, como  telefone,   xerox,  Internet,  correios,  autopromoção, combustível, entre outros,  serão pagos  por prefeituras, governos dos estados, governo federal e estatais.  Segundo o site do jornal O Globo, os deputados do Paraná em Brasília gastaram com autopropaganda, de janeiro a maio deste ano eleitoral, 141% a mais que no mesmo período em 2013. R$ 1,18milhão contra R$ 492 mil, que não serão declarados.
Em São José dos Pinhais as campanhas mais caras foram as  dos candidatos Francisco Bühre, Leopoldo Meyer e Toninho da Farmácia, ambos apoiados pelo prefeito Setim, chefe da máquina municipal. Carros de som, cavaletes, veículos plotados e panfletos destes candidatos dominaram a campanha   no município, enquanto  os outros (Lúcia Stoco, Ailton Feneme, Leandro da Ninfer, Jairo Melo e Marcos da Vidofer), que não contaram com este apoio não puderam fizer  campanha. Não se viu carros de som, cavaletes e foram raros os panfletos que chegaram nas residências. Por que será?
No estado, somente as campanhas de Beto Richa, governador do estado,  de Roberto Requião, ex-governador, apoiado por empresários do pedágio,  de Gleisi Hoffmann, apoiada por Dilma  e dos  seus aliados dominaram o cenário das eleições. Segundo comentários na cidade, o dinheiro  foi tanto que teve candidatos e candidatas que chegaram a pagar R$ 80 mil pelo apoio de cada vereador. Coincidência ou não, teve   um deles que distribuiu uma cartinha pedindo o apoio  para cinco candidatos. Este vereador pode ter embolsado R$ 400 mil. No cenário nacional só deu Dilma, Aécio e Marina.
               
                Os outros candidatos que não tiveram este apoio, passaram ao longo da campanha, praticamente desconhecidos dos brasileiros. Não tiveram dinheiro para colocar um cavalete nas ruas, divulgar suas propostas e colar um adesivo nos carros.  Espremidos no horário político, mal apenas puderam falar o seu número e o nome. Os debates na televisão, uma boa oportunidade para se tornarem conhecidos  e apresentarem suas propostas, alguns deles foi barrados de participar.  Esta discriminação, inacreditavelmente,  aconteceu até  no debate da Rede Vida,  promovido  pelos bispos do Brasil, em 16/9,



Mentiras e enganação - Neste período o eleitor foi bombardeado  pelos meios de comunicação, pelos correios e pela panfletagem das ruas e residências, pela propaganda maciça destes candidatos.  Por onde se movimentou ele esteve sitiado por esta propaganda enganosa, sem esperança de mudar o que  está aí e mentirosa.  Atolada até o pescoço no mar de lama que tem sido o governo do PT, Dilma falou muito do combate à corrupção, dizendo que sempre teve  tolerância zero  com este câncer, mas não houve um único caso de corrupção  denunciados por ela, dos inúmeros ocorridos ao longo do seu governo.
Desde 1998 acompanho as eleições para presidente e  sempre depois de cada eleição explode um grande escândalo  envolvendo empresas doadoras de campanha. Na reeleição de Fernando Henrique Cardoso foi a vez das privatizações. FHC reforçou o caixa das empresas, refez os estoques e pagou dívidas. Segundo o livro Brasil Privatizado, o então presidente gastou mais do que recebeu com as privatizações. As denúncias foram tantas que foi proposta a criação da CPI da Corrupção, mas abafada pelas” forças políticas”, que Dilma tanto se refere,  lideradas por Aécio, na época presidente da Câmara e por Álvaro Dias do Senado.
Na primeira eleição de Lula, foi o Sindicato dos Bancários de São Paulo que quebrou. Segundo a Revista Veja tem aposentado esperando pelo apartamento que pagou até hoje. Na  reeleição, foram as empresas de publicidades de Marcos Valério, o Mensalão e na eleição de Dilma foi a Construtora Delta, intermediada por Carlinhos Cachoeira. Dilma que havia declarado   ter  R$ 46.894,12 na popança e  R$ 113.300,00 em dinheiro vivo (Folha de São Paulo de 8/5/2012, página 4) gastou R$ 160 milhões na campanha, a maior parte intermediada por Cachoeira. Ela não sabia?
Por conta desta corrupção que tomou conta do seu governo, Dilma, agora, quer fazer a Reforma Política e Lula pede para votar nos candidatos do PT para fazer esta reforma. Mas Lula e Dilma querem esta reforma? A história diz que não. Ao ser eleito em 2002 presidente do Brasil, Lula elegeu a reforma política como prioridade do seu governo e reafirmou este compromisso, defendendo o financiamento público das campanhas  em 5 de novembro de 2003 (jornal Gazeta do Povo de 6 de novembro de 2003). Deu para os deputados e senadores, segundo a Gazeta, R$ 6 bilhões de reais e até hoje a reforma não saiu do papel.
O que o poder tem que atrai tanto os políticos? – Segundo a ONG Transparência Brasil,  um senador custa mais de R$ 33 milhões por ano aos cofres públicos. O Senador Álvaro Dias custou no último mandato mais de  R$ 264 milhões. Além do salário teve direito a gastar por mês R$ 54 mil  para contratar assessores; R$ 15 mil para gastar nos estados; R$ 3.800  para  auxílio moradia; de R$ 4 mil  para cota postal;  RS 16 mil para passagens aéreas; R$ 8.500 por ano para serviços gráficos; 25 litros de combustíveis por dia e cinco publicações de jornais e revistas por dias úteis.
Um deputado federal custa aos cofres públicos R$ 6,6 milhões por ano. Leopoldo Meyer,  custou no seu primeiro mandato R$ 26 milhões e 400 mil e teve direito, além do salário, a gastar por mês R$ 60 mil para pagar assessores; R$ 15 mil para gastar nos estados; R$ 3 mil para auxílio moradia; R$ 4.268,55 para cota postal e telefônica; R$ 16 mil para passagens aéreas; R$ 6 mil para gráfica  e cinco publicações de jornais e revistas por dias úteis. Com base no site da Assembleia Legislativa,  em12 anos de mandato, Chico Bührer custou R$ 24 milhões aos cofres públicos. Álvaro, Chico e Meyer não fizeram nada.
Dia D – A manhã, 5/10, esta campanha bilionária promovida por políticos profissionais, que há anos estão no poder roubando, mentindo e enganando a população, completa três meses e o eleitor, por força do voto obrigatório, terá de ir às urnas votar para presidente, governador, senador, deputado federal e estadual. Sobre seus ombros, a responsabilidade de escolher bem, para depois não ser culpado pelos maus políticos que forem eleitos, conforme tem sido cobrado pela Justiça Eleitoral, em campanhas milionárias e pela Igreja Católica.
Trata-se de  uma missão espinhosa para o eleitor que só ouviu o lado dos políticos de carreira, empenhados em deixar tudo como está. É lamentável que os candidatos Pastor Everaldo, Levy Fidelix, Eduardo Jorge, Eymael, Ruy Pimenta, Zé Maria e Luciana Genro, que poderiam representar a mudança para a presidência da república, Bernardo Piloto, Túlio Bandeira, Rodrigo Tomazini, Geonísio Marinho e Ogier Buchi, para o governo do estado do Paraná não sejam lembrados amanhã pela maioria do eleitorado, porque não chegaram, sequer, serem conhecidos da população.


                 

Nenhum comentário:

Postar um comentário