Segundo um
levantamento obtido no banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),os candidatos e
candidatas que disputam estas eleições, em todo o Brasil, vão gastar 71 bilhões
de reais, a eleição mais cara da história (jornal Correio Paranaense, de 2/9,
página 4). Com este valor seria possível bancar três Copas do Mundo, levando em
consideração os valores divulgados pelo governo federal em maio, cobrir as despesas com salários dos 594 deputados
federais e 81 senadores por 70 anos e pagar durante 6 anos as 50 milhões de
pessoas que recebem o Bolsa Família.
Este valor, entretanto, é apenas uma parte do que vão gastar, porque o grosso dos gastos serão bancados pelos cofres públicos,
que não são declarados. Gastos dos candidatos da máquina, como telefone, xerox, Internet, correios, autopromoção, combustível, entre outros, serão pagos por prefeituras, governos dos estados, governo
federal e estatais. Segundo o site do
jornal O Globo, os deputados do Paraná em Brasília gastaram com autopropaganda,
de janeiro a maio deste ano eleitoral, 141% a mais que no mesmo período em
2013. R$ 1,18milhão contra R$ 492 mil, que não serão declarados.
Em São José
dos Pinhais as campanhas mais caras foram as
dos candidatos Francisco Bühre, Leopoldo Meyer e Toninho da Farmácia,
ambos apoiados pelo prefeito Setim, chefe da máquina municipal. Carros de som,
cavaletes, veículos plotados e panfletos destes candidatos dominaram a campanha
no
município, enquanto os outros (Lúcia
Stoco, Ailton Feneme, Leandro da Ninfer, Jairo Melo e Marcos da Vidofer), que
não contaram com este apoio não puderam fizer
campanha. Não se viu carros de som, cavaletes e foram raros os panfletos
que chegaram nas residências. Por que será?
No estado,
somente as campanhas de Beto Richa, governador do estado, de Roberto Requião, ex-governador, apoiado por
empresários do pedágio, de Gleisi
Hoffmann, apoiada por Dilma e dos seus aliados dominaram o cenário das
eleições. Segundo comentários na cidade, o dinheiro foi tanto que teve candidatos e candidatas que
chegaram a pagar R$ 80 mil pelo apoio de cada vereador. Coincidência ou não,
teve um deles que distribuiu uma cartinha
pedindo o apoio para cinco candidatos.
Este vereador pode ter embolsado R$ 400 mil. No cenário nacional só deu Dilma,
Aécio e Marina.
Os
outros candidatos que não tiveram este apoio, passaram ao longo da campanha,
praticamente desconhecidos dos brasileiros. Não tiveram dinheiro para colocar um
cavalete nas ruas, divulgar suas propostas e colar um adesivo nos carros. Espremidos no horário político, mal apenas puderam
falar o seu número e o nome. Os debates na televisão, uma boa oportunidade para
se tornarem conhecidos e apresentarem
suas propostas, alguns deles foi barrados de participar. Esta discriminação, inacreditavelmente, aconteceu até no debate da Rede Vida, promovido
pelos bispos do Brasil, em 16/9,
Mentiras e enganação - Neste período o
eleitor foi bombardeado pelos meios de
comunicação, pelos correios e pela panfletagem das ruas e residências, pela
propaganda maciça destes candidatos. Por
onde se movimentou ele esteve sitiado por esta propaganda enganosa, sem
esperança de mudar o que está aí e
mentirosa. Atolada até o pescoço no mar
de lama que tem sido o governo do PT, Dilma falou muito do combate à corrupção,
dizendo que sempre teve tolerância zero com este câncer, mas não houve um único caso
de corrupção denunciados por ela, dos
inúmeros ocorridos ao longo do seu governo.
Desde 1998
acompanho as eleições para presidente e sempre depois de cada eleição explode um
grande escândalo envolvendo empresas
doadoras de campanha. Na reeleição de Fernando Henrique Cardoso foi a vez das
privatizações. FHC reforçou o caixa das empresas, refez os estoques e pagou
dívidas. Segundo o livro Brasil Privatizado, o então presidente gastou mais do
que recebeu com as privatizações. As denúncias foram tantas que foi proposta a criação
da CPI da Corrupção, mas abafada pelas” forças políticas”, que Dilma tanto se
refere, lideradas por Aécio, na época
presidente da Câmara e por Álvaro Dias do Senado.
Na primeira
eleição de Lula, foi o Sindicato dos Bancários de São Paulo que quebrou.
Segundo a Revista Veja tem aposentado esperando pelo apartamento que pagou até
hoje. Na reeleição, foram as empresas de
publicidades de Marcos Valério, o Mensalão e na eleição de Dilma foi a
Construtora Delta, intermediada por Carlinhos Cachoeira. Dilma que havia declarado ter R$ 46.894,12 na popança e R$ 113.300,00 em dinheiro vivo (Folha de São
Paulo de 8/5/2012, página 4) gastou R$ 160 milhões na campanha, a maior parte
intermediada por Cachoeira. Ela não sabia?
Por conta
desta corrupção que tomou conta do seu governo, Dilma, agora, quer fazer a
Reforma Política e Lula pede para votar nos candidatos do PT para fazer esta
reforma. Mas Lula e Dilma querem esta reforma? A história diz que não. Ao ser
eleito em 2002 presidente do Brasil, Lula elegeu a reforma política como
prioridade do seu governo e reafirmou este compromisso, defendendo o
financiamento público das campanhas em 5
de novembro de 2003 (jornal Gazeta do Povo de 6 de novembro de 2003). Deu para
os deputados e senadores, segundo a Gazeta, R$ 6 bilhões de reais e até hoje a
reforma não saiu do papel.
O que o poder tem que atrai tanto os
políticos? – Segundo a ONG Transparência Brasil, um senador custa mais de R$ 33 milhões por ano
aos cofres públicos. O Senador Álvaro Dias custou no último mandato mais
de R$ 264 milhões. Além do salário teve
direito a gastar por mês R$ 54 mil para
contratar assessores; R$ 15 mil para gastar nos estados; R$ 3.800 para auxílio
moradia; de R$ 4 mil para cota postal; RS 16 mil para passagens aéreas; R$ 8.500 por
ano para serviços gráficos; 25 litros de combustíveis por dia e cinco
publicações de jornais e revistas por dias úteis.
Um deputado
federal custa aos cofres públicos R$ 6,6 milhões por ano. Leopoldo Meyer, custou no seu primeiro mandato R$ 26 milhões e
400 mil e teve direito, além do salário, a gastar por mês R$ 60 mil para pagar
assessores; R$ 15 mil para gastar nos estados; R$ 3 mil para auxílio moradia;
R$ 4.268,55 para cota postal e telefônica; R$ 16 mil para passagens aéreas; R$
6 mil para gráfica e cinco publicações
de jornais e revistas por dias úteis. Com base no site da Assembleia Legislativa, em12 anos de mandato, Chico Bührer custou R$
24 milhões aos cofres públicos. Álvaro, Chico e Meyer não fizeram nada.
Dia D – A manhã, 5/10, esta campanha
bilionária promovida por políticos profissionais, que há anos estão no poder
roubando, mentindo e enganando a população, completa três meses e o eleitor,
por força do voto obrigatório, terá de ir às urnas votar para presidente,
governador, senador, deputado federal e estadual. Sobre seus ombros, a
responsabilidade de escolher bem, para depois não ser culpado pelos maus
políticos que forem eleitos, conforme tem sido cobrado pela Justiça Eleitoral,
em campanhas milionárias e pela Igreja Católica.
Trata-se
de uma missão espinhosa para o eleitor
que só ouviu o lado dos políticos de carreira, empenhados em deixar tudo como
está. É lamentável que os candidatos Pastor Everaldo, Levy Fidelix, Eduardo
Jorge, Eymael, Ruy Pimenta, Zé Maria e Luciana Genro, que poderiam representar
a mudança para a presidência da república, Bernardo Piloto, Túlio Bandeira,
Rodrigo Tomazini, Geonísio Marinho e Ogier Buchi, para o governo do estado do
Paraná não sejam lembrados amanhã pela maioria do eleitorado, porque não
chegaram, sequer, serem conhecidos da população.
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